"(...) Suponha que você tivesse um amigo que sempre a apoiasse e você sempre o apoiasse, mas ele não está mais tão presente na sua vida quanto costumava estar, o que você até entende, porque as pessoas têm coisas a fazer; mas, então, ele se afasta de você cada vez mais, não importa o quanto você tente alcançá-lo. De repente, um dia, do nada, ele some. Você escreve para ele e é ignorada; então, escreve para ele novamente e é ignorada; finalmente, você escreve para ele pela terceira vez e ele não quer muito ver você. Ele anda tão ocupado com seu trabalho, com seus amigos e com seu carro! Como você se sentiria?
- Veja, suponho que você esteja se referindo a mim nessa hipótese, mas isso é ridículo - disse rindo, de nervoso. - Claramente não é a mesma coisa. Eu nunca trataria um amigo assim.
Ele deu um sorriso irônico.
- Mas você faria isso com a sua vida."
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Já pensou em algum momento se encontrar com a própria Vida? Rever momentos felizes e desagradáveis, os erros e acertos? E se a sua Vida irradiasse em seu aspecto as características de como você a conduz, feliz ou triste, realizada ou amargurada, como você se sentiria a respeito?
Em um belo, depois de um longo dia de trabalho, Lucy Silchester recebe uma enigmática carta a se encontrar com sua Vida. Ela já tinha realmente ouvido falar em uma revista de uma agência que enviava a própria Vida da pessoa, quando tudo parecia estar indo muito mal e juntos eles organizavam a bagunça, dando um sentido, um novo objetivo para a Vida daquela pessoa. Mas não era seu caso. Não mesmo. Sua vida estava em completa ordem, aliás, Lucy sequer tinha tempo a perder com uma bobagem daquelas... Desde que ela tivesse em seu apartamento, aconchegada ao Sr. Pan, conseguisse pagar as contas e tivesse a esperança de reconquistar um dia o ex-namorado, tudo estaria absolutamente em paz.
Porém, Vida pode ser bastante insistente quando quer... Uma vez recebida a carta, você não pode ignorar o convite. As meia-verdades contadas, as mentiras mirabolantes inventadas, os relacionamentos vazios, a fuga para não se envolver seriamente com ninguém, tudo será revelado em uma aventura maravilhosa sobre a descoberta da felicidade e da busca por si mesmo.
Há muito tempo, Cecelia Ahern consagrou-se em meu coração como uma das minhas autoras prediletas. Sua forma de conduzir a história lançando aos poucos pequenos mistérios sobre a personagem, fazendo-nos construir passo-a-passo como se fosse um quebra-cabeça sua vida, deixa-nos curiosos sobre o desfecho daquela armadilha criada pela própria personagem. Bastante sensível ao expor com tanta clareza os sentimentos humanos, Cecelia Ahern nos faz enxergar que apesar dos erros alheios influenciarem nossas escolhas, nós somos os únicos responsáveis pelo nosso próprio destino, consequentemente pela nossa própria felicidade.
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Em A Vez da Minha Vida, a personagem principal é a Lucy Silchester, uma mulher independente, mas que comete as maiores burradas devido ao término do seu relacionamento de cinco anos com um carinha lindo e famoso. Ela já contou tantas mentiras e meia-verdades, que Lucy não sabe nem mais diferenciar uma verdade do que é mentira.O mais engraçado é que durante a história, quando deseja contar seu passado ou alguma passagem interessante, primeiro ela conta a versão que ela gostaria que fosse a real, então, enquanto, estamos pensando que é a versão verdadeira, depois nos damos conta que também fomos enganados pela habilidosa mentirosa.
Não sei como passou pela mente da Cecelia Ahern criar uma história em que uma pessoa se encontra com sua própria Vida, mas deu muito certo e o resultado é uma história sensível, romântica e divertida. Vida é divertido, sarcástico e muito persistente. Para sanar as mentiras de Lucy, ele combina de cada vez que ela contar uma mentira, ele revelará uma verdade. Então, as situações mais cômicas e vergonhosas surgem num piscar de olhos. Surge também um romance lindinho entre Lucy e um misterioso rapaz... Uma graça como se desenrola o romance.
Admito que sempre tenho uma grande dificuldade em imaginar os personagens, mas quando Vida apareceu na história, imediatamente o imaginei como o ator Stephen Merchant, que atuou no filme A Fada dos Dentes como assistente da Chefe das Fadas. Não me perguntem o motivo, mas a ligação entre um personagem com o outro fixou-se em minha mente.
A Vez da Minha Vida foi uma leitura que devorei em poucos dias. Tornou-se uma das minhas leituras preferidas também, assim como, Aqui é o melhor lugar também da autora de Cecelia Ahern. Um dia quando tiverem oportunidade, não deixem de ler essa romântica história. Tenho certeza de que vocês irão também se apaixonar! Recomendo.
Minha classificação para esse livro é de ♥ 6/7- "Excelente".
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A Vez da Minha Vida. Ahern, Cecelia. Novo Conceito, 2012, 384 p.