What really knocks me out is a book that, when you're all done reading it, you wish the author that wrote it was a terrific friend of yours and you could call him up on the phone whenever you felt like it. That doesn't happen much, though."
(O que realmente me impressiona é um livro que, quando você termina de lê-lo, você deseja que o autor que o escreveu fosse um tremendo amigo seu e que você pudesse ligar para ele sempre que tivesse vontade. Entretanto, isso não acontece com muita frequência) - tradução livre.
Há muitos que amam este livro da mesma forma que o protagonista descreve, de tal maneira que gostaria de ser um grande amigo do autor. E há aqueles que detestam esse livro, por diversas razões que pretendo explicar nesta resenha também. Apesar de dizerem por aí que este é um tipo de livro que se ama ou se odeia, acredito então que eu seja uma exceção. Não amei a ponto deste livro ter se tornado meu favorito, mas também estou bem longe de ter odiado a leitura. Talvez isso dificulte ainda mais o meu trabalho ao escrever esta resenha.
"O apanhador no campo de centeio" nos conta sobre um garoto chamado Holden Caulfield, um jovem de 17 anos de uma família rica de New York, que acabara de ser expulso - novamente - de um colégio por conta de problemas graves em sua nota escolares e em seu comportamento. Mas antes de voltar para casa para encarar o inevitável desapontamento dos pais, Holden resolve passar um fim de semana sozinho pela cidade de New York. Por meio de devaneios e lembranças, reencontros em bares e conversas com motoristas de táxi, vamos acompanhando Holden por sua trajetória como jovem que é através sua visão do mundo ao seu redor. Eis que se resume toda a história. Não espere que nada surpreendente aconteça. Não há nenhuma reviravolta, nada extraordinário na trama. Para alguns, isso pode ser um motivo para não apreciar a leitura. Contudo, não para mim. O grande mérito do livro não está, na minha opinião, em uma trama cheia de clímax, mas na narração genuína de um adolescente.
O autor J. D. Salinger tinha 32 anos quando seu romance foi publicado em 1951. Ao contrário dos dias de hoje, que há prateleiras extensas de livros para adolescentes nas livrarias, na época da publicação deste clássico a adolescência não passava de apenas uma fase irritante. J.D. Salinger fez um excelente trabalho ao dar vida a um adolescente de sua época - que não são tão diferentes assim do adolescentes de hoje. O livro é todo escrito em gírias e, uma linguagem direta e autêntica dos pensamentos de seu protagonista. A obra influenciou não apenas jovens da época, como também gerações seguintes, e até mesmo nos dias de hoje tem sua importância.
Alguns leitores acham Holden irritante e pessimista. Alguns leitores se incomodam com seu excesso de gírias e palavrões. As opiniões ácidas de Holden, suas críticas, suas dúvidas, seus sonhos acordados, receios, suas contradições entre os pensamentos e ações tomadas, tudo isto torna o livro muito interessante, mesmo quando não nos identificamos com o protagonista em todo momento.
"Certain things they should stay the way they are. You ought to be able to stick them in one of those big glass cases and just leave them alone.I know that's impossible, but it's too bad anyway."
Acho que é um livro que vale a pena ler e reler em diversas fases da vida. Eu, com toda certeza, não descartei a possibilidade de uma releitura para daqui a alguns anos, pois é com certeza aquele tipo de leitura que você extrai algo novo a cada leitura. Para quem ainda não leu, eu recomendo.
Minha classificação para esse livro é de ❤ 4/7- "Muito Bom".
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apanhador no campo de centeio, O. Salinger, J.D.. Little Brown, 1998, 214 p.