"A coisa mais importante que aprenderá é simplesmente amar e ser amado"
Em 1899, o poeta e escritor Christian, desafiando a família, muda-se de Londres para uma vila na França onde boêmios vivem e aproveitam a vida intensamente. Lá, ele é convidado por seus vizinhos para ingressar na companhia de teatro Toulouse-Lautrec, já que Christian transmite os princípios de um boêmio: beleza, verdade e amor.
Um plano é criado pela trupe para que a companhia consiga uma apresentação no cabaré mais famoso da região, o Moulin Rouge: Christian se passaria por um famoso escritor inglês e quando Satine - a mais famosa e cobiçada das cortesãs e querida do dono do estabelecimento, Harold Zidler - ouvisse a poesia citada pelo poeta, insistiria para que fosse ele o roteirista da peça "Espetacular, especular".
Contudo, na noite em que Satine e Christian se encontram pela primeira vez no Moulin Rouge, um mal entendido ocorre. Ela acredita que ele seja o Duque, um potencial investidor para o estabelecimento. Satine está obstinada em conquistar o duque, pois sonha em deixar a vida de cortesã e dançarina e tornar-se atriz.
Nesse pequeno mal entendido, Christian e Satine se apaixonam.
Para explicar o mal entendido ao Duque, este é convencido de que Christian esta ali por conta de uma peça que escreveu. A história criada improvisadamente por Christian é baseada na própria história dele, de Satine e do Duque. E, a então a Companhia de Teatro Toulouse-Lautrec e Zidler, convencem o Duque a investir na peca "Espetacular, espetacular".
A história de amor entre o pobre escritor e a bela cortesã se desenrola as escondidas enquanto o Duque, obcecado por Satine impõe exclusividade sobre ela e a cada desconfiança que surge por estar sendo enganado, ele se torna mais ciumento e obsessivo.
Durante a trama, Satine tem crises de desmaios e tosses que descobriremos se tratar uma turberculose, doença tipica do boêmios românticos. Sua vida está com os dias contados e Zidler sabe disso, mas como o show tem que continuar a qualquer custo, o ambicioso dono do Moulin Rouge prefere não alertar sua estrela sobre o fim trágico que a aguarda.
Mesmo apresentando uma história de amor simples e previsível, "Moulin Rouge: Amor em vermelho" é um musical envolvente, com figurinos belíssimos, fotografia impecável e exageros que caem bem em sua comicidade, sem estragar os momentos emocionantes da trama. O diretor australiano Baz Lurhmann não teme esses exageros que, no caso deste filme, se encaixam bem ao enredo. Muitas cores, diálogos cantados e movimentos cartunescos fazem parte do filme que tem como suas musicas o grande diferencial da obra. Não há como assistir e não surgir risos e lágrimas pelas emoções causadas pelas belíssimas musicas que transmitem um clima que vai do alegre ao trágico conforme a trama se desenrola e as chances de Christian e Satine ficarem juntos diminuem. Muitas das canções são facilmente reconhecidas em seus trechos, bandas como Nirvana, U2, Beatles e cantores como David Bowie e Madonna.
Nicole Kidman transborda beleza e talento, Ewan McGregor transmite paixão e intensidade ao seu personagem que descobre o amor pela primeira vez e logo se encontra fadado a perde-lo.
"Tolice minha pensar que poderia se apaixonar por alguém como eu"
As dores que o amor causa são similares em qualquer ser humano que tenha vivido o sentimento um dia, e "Moulin Rouge" nos transmite essa empatia ao que os personagens vivem. Um amor proibido e um "amor superando todos os obstáculos", como diz o protagonista do filme ao escrever a peça que conta sua própria história.
"Moulin Rouge: Amor em vermelho" é uma obra difícil de não se apreciar, sejam por amantes de musicais ou não, ou simplesmente por aqueles românticos incuráveis.