Não, essa não é uma resenha do livro "A Esperança", de Suzanne Collins. Apenas um ano se passou desde que entreguei minha monografia sobre Jogos Vorazes, e não quero escrever nada sobre isso por um boooom tempo (pelo menos, assim espero, até o mestrado...). Vim aqui hoje pra falar um pouquinho do livro e do filme, assim como fiz com Drácula (ninguém mandou vocês me encorajarem...).
Antes de mais nada, preciso confessar uma coisa a vocês: eu sofro de amnésia literária. Sim, eu leio hoje e amanhã já não me lembro de nada. Eu sei, é triste. Por isso tenho que fazer as resenhas assim que leio, senão esqueço tudo. Faz um ano que li A Esperança e não faço bulhufas dos detalhes da história. Então, vamos às minhas impressões do filme que já estreou arrebentando com as bilheterias do país.
Não sei vocês, mas acho que de "esperança" esse filme não tem nada. Só se for a esperança de ver a parte 2 ano que vem... No livro, então, nem se fala. O título original, Mockingjay, que significa tordo, pra quem por acaso não saiba, tem muito mais a ver com a história, não concordam? Enfim... Não lembro muito do livro pra poder falar das diferenças entre eles, mas pelo que fui lembrando enquanto via o filme, posso dizer que a adaptação foi bem fiel, seguindo a linha dos dois últimos. Afinal de contas, é um livro narrado em primeira pessoa; um filme precisa de mais perspectivas, pra desenvolver a história de forma mais completa. Nesse quesito, ponto pros roteiristas.
O elenco arrasa. Jennifer Lawrence mostra mais uma vez porque é considerada uma das melhores atrizes de sua geração. (O pequeno) Josh Hutcherson também não faz feio. Seus olhares, sua voz meio engasgada, um quê de loucura... Ele é protagonista de algumas das cenas mais marcantes e fortes do filme. Julianne Moore brilha no papel de Alma Coin, presidente do Distrito 13. Seu olhar, frio, sua postura firme, sua expressão quase pétrea retrataram com perfeição uma Coin durona, capaz de qualquer coisa pela revolução. E Philip Seymour-Hoffman... Lágrimas eternas! Por que cê fez isso, man? Não tem como vê-lo em cena e não se emocionar.
O filme em si tem boas cenas de ação, mas no geral faz o papel de "filme escada" para o próximo que, aí sim, vai arrasar os corações da humanidade. E isso quer dizer que ele é meio parado, sim. Ouso dizer, até um pouco fraco. Um dos momentos mais marcantes, que merece destaque, é Katniss soltando a voz com "The Hanging Tree", ou "A árvore-forca" na versão dublada (que foi a que eu vi). Um momento que começa delicado e vai crescendo até se mostrar um hino revolucionário. Antológico.
Eu poderia discorrer aqui sobre simulacro e simulação, sobre o vouyerismo e os reality shows, sobre como Katniss não deixou de ser filmada, exposta para o mundo e ter seus sentimentos explorados em busca de audiência (mesmo que do outro lado, dessa vez). Poderia falar dos traumas da guerra e sobre como a mãe dela mudou do primeiro filme pra cá, de uma mulher apática e depressiva para uma mulher forte e segura, o que também ocorre com sua irmã, Prim, que cresce e aparece na figura de uma pequena mulher forte, uma enfermeira e aprendiz de médico. Mas tudo isso seria entrar num campo de estudos complexo e extenso, e realmente não quero encher a paciência de vocês com isso. Rsrs.
Como esse post é sobre um filme, não vou entrar em detalhes sobre minha emocionante aventura pós-filme. Vocês não se interessariam por uma jamanta de 100 kg caindo da escada do cinema porque as benditas luzes da sala não foram acesas quando o filme terminou. Só direi que meu tornozelo ainda dói.
E aí, vocês já viram Mockingjay? O que acharam? Deixe sua opinião nos comentários!
