Sim, eu assisti. E, sim, saí viva, não apanhei da mulherada com os hormônios em fúria. Mas prometi para mim mesma que me ateria apenas às opiniões e não faria mais polêmica, em respeito aos nossos leitores. Viram como estou boazinha?
O que eu mais gostei no filme: a trilha sonora. As músicas de Beyoncé e Annie Lennox logo na cena de abertura, para citar um exemplo, deram um tom sensual ao filme. A atuação de Dakota Johnson se destaca também. A carinha de garota retardada te faz pensar que a atriz realmente é tapadinha igual à personagem Anastasia. A fotografia também ajudou a dar um toque sensual, toda em... tons de cinza. Deu um ar refinado também. E... só!
Além de tudo o que citei acima, não sobra mais muita coisa. O roteiro é ruim, apenas um pouco melhor do que o livro (o que não é grande coisa, né...). Tentando assistir com os olhos de quem não leu o livro, você fica pensando onde tudo aquilo quer chegar, e qual é a história, afinal. Porque, no fim das contas, o filme se resume a muita conversa e algum sexo. Conversas rasas, com diálogos fracos, clichês e uma tentativa de fazer humor que não era realmente engraçado. E cenas de sexo mais fracas do que já vi em algumas novelas das 21h da Globo. Aliás, pra um filme voltado ao público feminino, foi explorado muito mais o corpo de Dakota: um festival de peitinho de fora e alguns pelos pubianos (ECA, Anastasia! Depilação, amiga!). De Grey, apenas o bumbum uma ou duas vezes e um físico que não é lá essas coisas (fala sério, o ator Jamie Dornan não é um exemplo de homem gostoso...). As cenas de BDSM parecem brincadeira de criança. O filme acaba sendo cansativo, pois são 2 horas e pouca de blá blá blá, sexo, "assino ou não assino" e "pq vc é assim, Christian?". Me deu dor de cabeça e na coluna.
Falando em Jamie Dornan, o ator não convenceu no papel do sedutor, imponente e intimidador Gray. Baixinho, com um físico magro e uma tentativa frustrada (e um pouco engraçada) de fazer um olhar intenso, o ator não parecia confortável no papel. Algum outro ator mais gostoso mais interessante realizaria a fantasia da mulherada.
Outra coisa que incomodou: o festival de clichês. A Ana morde os lábios irritantemente o filme todo! E todas as vezes que vê o Christian leva um susto. Na primeira vez, quando ele aparece na loja onde ela trabalha, tudo bem, pois ela não esperava vê-lo ali, mas depois era para ela se acostumar com sua presença. São uns três sustos, uma coisa repetitiva que qualquer cineasta tiraria. Mas, bom, estamos falando de "Cinquenta Tons de Cinza", livro no qual uma mulher repete a expressão "puta merda" umas cinco vezes na mesma página... A própria cena na qual os protagonistas se conhecem, com a garota caindo de cara no chão assim que abre a porta (não é necessariamente um spoiler, né? Todo mundo já leu essa desgraça, digo, esse livro) ficou pior do que no livro. E o súbito interesse do cara poderoso e fodástico naquela imbecil desastrada só pareceu ainda mais inverosímel. A cena final, porém, lavou minha alma, pois sempre foi minha parte favorita do livro e ficou ainda melhor na telona (isso aí, Ana, cara, tô emocionada!). Só não aplaudi o final porque tenho amor à minha vida.
Enfim, é um filme bom? Não. É ruim, fraco, e não vale a pena gastar o dinheiro do ingresso. Espere sair em DVD ou blu ray. E não estou sendo implicante, juro! O filme foi feito mesmo para agradas às muitas fãs do Sr. Grey, e qualquer pessoa que não se encaixe nisso vai se sentir deslocada e até um pouco ridícula (e se perguntando o tempo todo o que está fazendo ali no meio de todas aquelas mulheres descontroladas). Como 90% do público era esse, o que se ouvia era muita risadinha, mesmo quando não havia graça NENHUMA (sério, não era mal-humor, até porque a Dô estava comigo e também não via graça) e muitos "uis" durante as cenas mais quentes. Ou seja: vergonha alheia total. Se você realmente abomina o livro e, por algum motivo for assistir, espere uma semana ou duas, até que se acalmem os nervos da mulherada.
P. S.: A coisa que mais me incomodou no filme foi a hora em que Christian, ao saber que Ana era virgem, diz que vai "resolver o problema". Não, querido, a virgindade dela, e de nenhuma mulher, de qualquer idade, não é um problema a ser resolvido, não é algo a ser consertado, não é uma doença. É uma escolha e deve ser respeitada como tal. Ficou feio isso aí, hein, senhores roteiristas.
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Para ler a nossa opinião sobre o livro, leia a resenha da amiga Julia AQUI.
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