Você realmente sabe o que se passa na cabeça da sua filha?
Imagine estar no meio de uma importante reunião de negócios e receber um telefonema da escola da sua filha pedindo sua presença imediata, pois a jovem foi suspensa. Imediatamente, você pensa: Impossível, minha filha é uma garota exemplar, nunca se envolveu em brigas, nunca sequer houve uma reclamação a seu respeito, como ela foi suspensa? Só pode ter sido um engano, mas mesmo assim sua preocupação só aumenta. Após um atraso desconsiderável para chegar a escola, você se depara com a polícia no local, uma aluna havia caído do prédio, supunha-se suicídio. Essa aluna é a sua filha!
Kate Baron se vê diante desse trágico acontecimento e não consegue simplesmente acreditar como tudo aquilo aconteceu com a sua preciosa Amelia, filha exemplar, responsável e inteligente. Alegre. Apesar de estar constantemente no escritório - não é fácil ser mãe solteira, ter que manter as contas em dia e cuidar de uma adolescente -, Kate sabe que na medida do possível tenta ser uma mãe presente que conversa e que passeia ao menos aos domingos com a filha. Mas ainda assim se sente culpada por não estar mais presente no dia a dia e chegar tão tarde em casa que às vezes já encontra Amelia dormindo. A realidade é crua: Amelia ia para a escola e quando voltava ficava muito tempo sozinha. Afinal, o que fazia com todo esse tempo livre? Será que Kate realmente conhecia a filha? Sabia todos os seus passos, segredos e conflitos? O que ela fez de errado para merecer tamanha punição?
Reconstruindo Amelia é um suspense maravilhoso! Intercalando os capítulos entre Kate e Amelia temos a visão do antes e depois da tragédia que arruinou a família Baron. A princípio é muito estranho acompanhar as memórias de Amelia sabendo que ela está morta, mas o suspense gira em torno de como ela morreu: Suicidou-se? Se sim, por quê? Foi empurrada por alguém - um aluno, professor, namorado? Se sim, por quê também? Logo, tudo gira em torno do motivo pelo qual Amelia que era uma garota feliz teria para se suicidar ou qual motivo alguém teria para machucá-la.
Assim que iniciei a leitura vi-me fisgada pelo mistério em torno da morte da jovem. Como o título sugere, para solucionar a morte da filha, Kate reconstrói todos os passos de Amelia - quem era, o que sentia, o que desejava, o que temia, quem amava e quem odiava, e assim, ela vai conhecendo uma outro menina que desconhecia, mas que lhe era ao mesmo tempo familiar... amada! A história evolui aos poucos conforme vamos montando o quebra-cabeça Amelia que como toda adolescente tem seus próprios conflitos.
Kimberly McCreight aborda ainda a existência perniciosa de sociedades secretas/fraternidades (muito comuns nos EUA, tanto no ensino médio quanto nas universidades) e as missões que são impostas aos seus seguidores. Também aborda sobre os desafios de ser uma mãe solteira de uma adolescente, conflitos familiares e homossexualidade. Além de discutir sobre a exposição dos jovens atualmente nas redes sociais.
É um livro de leitura rápida e com um final impecável, comovente. Kate merecia um final melhor depois de tudo pelo o que passou, mas a Kimberly McCreight ficou nos devendo isso. Mas na vida real nem sempre temos um final feliz e na ficção não poderia ser diferente.
Minha classificação para esse livro é de ❤ 4/6- "Muito Bom".
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Reconstruindo Amelia. McCreight, Kinberly. Editora Arqueiro, 2014, 352 p.