Eu não faço o estilo puxa-saco literária, acho que já deu para perceber, né? Os autores que me conhecem sabem que eu só faço resenha se eu realmente gostar do livro, e quando faço, sou bastante sincera, não gosto de tecer apenas elogios. Também não faço resenhas só por ser amiga. Sem mais enrolações, eis o que eu achei de Garras de Grifo.
Eu comprei esse livro na última Bienal do Rio. Fiz o Leandro trazer o livro até o Rio pra mim, só pra mim, porque ele não teria um estande próprio (metida eu? Magina!). Só fui lê-lo depois de muito tempo, não sei porque. Só sei que me arrependo de não ter lido antes. O livro é bom. Muito bom. O livro é excelente, excepcional. Maravilhoso! Não sei mais que adjetivos posso dar. É foda. Pronto, um palavrão. A história é fluida (tanto que o li em poucos dias, e li mais da metade em apenas uma tarde e início de noite, para desespero do meu marido, que me perdeu para Alexia Garras de Grifo por bastantes horas). Os ganchos no final de cada capítulo te prendem de verdade, e às vezes, me faziam voltar e reler o capítulo anterior com aquela expressão de paspalha "WTF??? o que aconteceu aqui, onde foi que eu pisquei, como, quando, por que...?" Preciso falar, também, que a escrita do Leandro está magistral, excelente, ainda melhor do que no Legado Goldshine (nem achei que fosse possível...). Aliás, ver referências à trilogia me deixou emocionada, alegre, triste, contente, me fez rir... Deus, um dos meus personagens favoritos aparece, eu quase chorei de felicidade!!! (OBS: Resenha do Legado Goldshine em breve!)
O livro é sangrento. Muito. Em muitas passagens eu apenas pensava "meu Deus, Leandro, podia ter me poupado desses detalhes sórdidos!". É um show de cabeças arrancadas, membros decepados, tripas espalhadas, corpos cortados ao meio... Tá, parei. Mas, bem, o livro trata de bárbaros, o que eu queria? Engoli a ânsia e segui em frente. Clichês passaram longe também, para quem achou que teria. "Irmãs que passam por altas aventuras e depois aprendem que a amizade e o amor é o que mais importa" só nas chamadas da Sessão da Tarde mesmo, porque a coisa é mais embaixo para Alexia Garras de Grifo e Ingrid Fúria do Grifo. Romance também é coisa que passa MUITO longe, mas não faz falta, por não ser a proposta do livro.
Enfim, o livro é surpreendente. Porém, preciso dizer duas coisas que não gostei muito. Uma delas já foi dita por outro resenhista: Audwin Nindra aparece muitas vezes como Audrin. Isso me confundiu horrores. Segundo, a capa. Achei muito poluída, totalmente diferente das elegantes capas do Legado Goldshine. Mas isso é muito pouco perto da magnitude da trama, da escrita fluida, do mundo criado por Leandro Reis. E que venham mas livros logo, pelo amor de Radrak!
Minha classificação para esse livro é de ❤ 6/6- "Obra-prima".
Garras de Grifo. Reis, Leandro. IDEA Editora, 2012, 320 p.