Olá! Estou de volta com mais um livro "explosão de fofura" da mineirinha Marina Carvalho. Depois de AMAR Simplesmente Ana e De Repente Ana, eu não podia deixar de prestigiar mais um livro dessa que já provou ser um novo super talento da Literatura Nacional!
Pense numa menina obcecada por um garoto. Não, você não chegou nem perto. Rafaela Vilas Boas é obcecada há 10 (DEZ!) anos por um garoto que viu na praia de Iriri certa vez, num verão, quando ainda era uma criança. Ela sempre ia para lá com os pais e os três irmãos nas férias, mas naquele ano, o garoto apareceu, andando para lá e para cá com sua mochila xadrez (adoro xadrez) e seus olhos azuis da cor do mar. Um dia, na praia, ela o vê, sentado, parecendo triste e sentado com um papel na mão. Durante um mergulho, o papel se perdeu nas ondas e... E olhou pra ela pela primeira vez! E depois disso ela nunca mais o viu, e ficou fantasiando com ele por DEZ anos, escrevendo poesias, pequenas histórias, ou apenas contando para ele por escrito coisas da sua vida.
Bom, Rafaela não é nenhuma psicótica maluca, podem ficar tranquilos! Apesar dessa obsessão, ela cresceu normalmente, namorou e gostou de outros garotos (embora nenhum fosse O Garoto, e ela sempre fazia questão de procurá-lo em cada um). Isso também não a deixou triste e deprimida. Ela seguiu com a vida e com seu sonho, que era ser jornalista investigativa. E é quase no final da faculdade, quando consegue um estágio dos sonhos no melhor jornal de Minas que ela conhece Bernardo Venturini, o GOSTOSÃO, o LINDÃO, o BOY MAGYA MARAVILHOSO COM PINTA DE DEUS GREGO JORNALÍSTICO. Afe Maria!
ATENÇÃO, PAUSA PARA A CHATICE!
Eu seeeeeei e já me falaram mil vezes que não se deve analisar friamente esse tipo de livro, que é feito única e exclusivamente para nos fazer sorrir, sonhar, suspirar... Mas eu sou formada em Letras, não consigo não analisar um livro criticamente. Então, vamos ao que me incomodou, prometo que não vai demorar.
Já é normal nos livros da Marina que as coisas acontecem rápido e fácil demais para as protagonistas. Para Ana foi ser princesa e regente de um país como se fosse brincadeira de criança, e para Rafaela foi conseguir um estágio no jornal mais famoso do ESTADO de Minas Gerais como se fosse um pequeno gênio da investigação. Ela foi entrevistada pelo próprio editor-chefe (oi???) que a tratou como se fosse a nova Fátima Bernardes, sei lá. Tá certo que ele era amigo de uma professora dela, mas mesmo assim, soou muito fácil. E ele ficou tão terrivelmente impressionado com os trabalhos da menina, que inventou até um novo projeto de estágio, na qual o estagiário age como uma espécie de sombra de um veterano. Sério, a garota era boa nesse nível? Então, ela é apresentada ao jornalista que ela vai seguir por aí: o melhor jornalista investigativo do jornal, um dos melhores do país, detentor de vários prêmios e arrasador de corações, Bernardo, que... A ODEIA DE CARA! Como assim??? Tá certo que ele ficou com raiva por ter que "agir como babá pra estagiária", mas a implicância gratuita dele dava nos nervos. Lembrei muito de Orgulho e Preconceito quando lia, não sei se foi essa a intenção da autora. Na boa, eu estou meio cansada desse clichê "eles se odeiam e depois se apaixonam perdidamente como se não houvesse amanhã". Muito previsível. E previsibilidade é uma coisa que me incomodou também, mas não posso falar mais sobre isso.
FIM DO MOMENTO CHATICE.
A história é bonitinha e bem escrita, ágil e leve. A Rafaela é uma mocinha normal, de autoestima alta, vaidosa e decidida, embora um pouco cabeça dura e teimosa, o que a torna PERFEITAMENTE NORMAL, glória, aleluia! Se tem uma coisa que Marina Carvalho sabe fazer é criar mocinhas cativantes e sem mimimi, e é por isso que eu a amo! Às vezes dá vontade de dar uma sacudida nela, no melhor estilo Michael Kyle (do seriado Eu, a Patroa e as Crianças) e dizer "VOCÊ ESTÁ AGINDO COMO UMA CRIANÇA MIMADA, CARA"! Ou então "DEIXA DE SER INGÊNUA, GAROTA!" Mas se ela não tivesse esses pequenos defeitos, não seria tão legal, seria perfeitinha e eu odeio personagens perfeitas. A história é simples mas bonita e tocante, porém, o final me deixou um pouco decepcionada (pena que não posso falar mais. Digamos que eu esperava MAIS, MAIS de tudo). Mas não deixou de ter uma parte surpreendente, que eu não imaginava. A linguagem também é simples e direta, perfeita para o público alvo que são as jovens moçoilas. E as mineirices... Sério, acho delicioso esse jeito de colocar uns elementos mineirescos nas narrativas, acho o máximo! Faz ficar tudo mais fofo.
Agora, preciso dizer uma coisa antes que mais uma autora venha reclamar comigo (rsrs): eu fiz a crítica primeiro seguindo uma linha de raciocínio. Não quer dizer que o livro tenha mais defeitos do que qualidades, muito pelo contrário, no caso deste. Coloquei apenas o que ME incomodou na leitura, mas você aí que está lendo pode não se incomodar e seremos felizes para sempre.
Uma leitura deliciosa para fazer suspirar, descompromissada, leve e divertida, pra ler sem culpa e sem neurose. Mais um da talentosa Marina Carvalho, que despontou como uma estrela no céu da Literatura Nacional. E vem aí mais um lançamento: Elena, a Filha da Princesa, e preciso dizer que estou roendo as unhas do pé de ansiedade! Porque os livros de Marina são assim: você não consegue ler apenas um. Se deixe encantar também. ;-)
Minha classificação para esse livro é de ❤ 4/6- "Muito bom".
Azul da Cor do Mar. Carvalho, Marina. Editora Novas Páginas, 2014, 334 p.