E, enfim, eis que arrumo minhas malas e volto à Titânia, aquela terra longínqua, mas, ao mesmo tempo, tão familiar criada pelo Renato Rodrigues. Postei aqui a resenha do primeiro livro, A Batalha de Argos, e apresentei a vocês os personagens maravilhosos e cativantes que conheci por aquelas terras. Agora, nesse segundo volume, revi os velhos amigos, os velhos inimigos, e os velhos ex-amigos-quase-inimigos também. E, mais uma vez, fui cativada pela simpatia desses personagens e pela história dos Dragões de Titânia, um grupo de amigos (?) muito improvável.
Existe uma pérola de Facebook que diz que não existe ex-amigo, o nome disso é filho da p***. Nesse livro os Dragões vão ter que lidar com um ex-amigo (ou fdp) que vai dar muito trabalho, além de terem que aprender ainda mais a conviverem juntos, como uma família (ah tá) e tudo isso bem no meio de uma conspiração para matar o Imperador de Titânia. É, não é pouca coisa, não. É muito trabalho para esse grupo de amigos desajustados. Depois das apresentações iniciais do primeiro livro, esse segundo volume vem mais ágil e completo, mas ainda com aquele gostinho de "quero mais" no final, que te deixa com vontade de ler logo o próximo.
Mais uma vez o humor é o grande trunfo da escrita de Renato Rodrigues. Ele dá o tom nos dois volumes e também aquele tempero gostoso durante a leitura, até mesmo nas passagens mais sombrias e perigosas. Impossível não soltar umas risadas na companhia desses malucos! A linguagem também, totalmente atual, transforma o que seria um épico sério de fantasia em uma narrativa deliciosa. Os personagens soltam verdadeiras pérolas de hoje em dia, gírias, e até regionalismos. A princípio o leitor estranha a presença de tais palavras, mas depois de analisar bem, elas dão um charme irresistível. E, afinal, os habitantes de Titânia falam do jeito que bem quiserem! Quem disse que eles têm que falar de forma culta e empolada?
Uma coisa que chama a atenção também são as locações da trama. Já dá pra ver isso no primeiro livro, mas é sempre bom ver os outros países que rodeiam Titânia e brincar de reconhecer as referências que o Renato usou para criar os nomes de lugares como Cervântia, Avalônia e Groldária. Ao longo das páginas dos dois volumes, mas nesse em especial, o leitor vai descobrindo as referências de lugares reais que inspiraram os países do livro.
O que mais eu posso dizer sobre meu passeio a Titânia? Bem, acho que gostei mais desse do que do primeiro. Tem mais ação, mais conspirações, mais tramas que se entrelaçam, mistérios se desenrolando... Mais emoção, enfim.
Bem, acabei de desfazer as malas. Mas já estou com saudades dessa terra de loucos!
Minha classificação para esse livro é de ❤ 4/6- "Muito bom".
Os Dragões de Titânia - A Queda do Césars, Rodrigues, Renato. Editora Linhas Tortas, 2012, 280 p.