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{Filmes} A Bela e a Fera (La Belle et la Bête) 2014

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O bom dos contos de fadas é que sempre tem alguém para nos trazer uma nova versão das velhas histórias. E são histórias tão antigas que você nem pode questionar se é fiel ou não ao original, porque... oras, de que original estamos falando? E como são obras de domínio público, cada um pode fazer o que quiser com elas (como uma série contemporânea policial com a Kristin "Lana Lang" Kreuk). Quando vi a chamada desse filme como a Super Estreia do Telecine há algumas semanas, logo me perguntei "ué, mas e a versão divosa com Emma Watson e Luke "todo bom" Evans?". Pois é, essa aqui é oooooutra versão. E francesa.

O que se tem em mente quando se fala em "A Bela e a Fera"? Vestido amarelo, rosa, biblioteca gigante, Gastão, utensílios de sala de jantar falantes e cantantes... Sinto decepcionar os fãs do clássico da Disney, mas nesse filme não tem nada disso. Tem um figurino INCRÍVEEEEEEEL, mas nenhum vestido amarelo. Tem rosa (oba!). Mas não tem bule cantante, só uns cachorros amaldiçoados muito fofos por sinal. Também não tem Gastão. E NÃO TEM BIBLIOTECAAAAA! Mas nada disso importa, não é? Não quando se tem a Bela, a Fera, o pai da Bela, a rosa e o castelo. Pronto! Essa é a fórmula, o que vem de adicional é supérfluo.


Nessa história Bela tem duas irmãs e três irmãos lindos de morrer, gostosos toda vida, além do pai. Por causa de um naufrágio com suas mercadorias, a família perde tudo e precisa se mudar para o campo. Quando tudo volta ao normal e eles voltam à cidade, o irmão mais velho Maxime (não confundir com a diretora da Beauxbatons, por favor) se mistura com porcos e farelo come. O pai é que acaba se ferrando na situação: durante uma fuga dos bandidos que ameaçavam seu filho, cai numa ribanceira (velho resistente, benza Deus!) e vai parar nos domínios da Fera. Lá ele se alimenta, tem o cavalo curado, é apresentado a várias joias/roupas caríssimas e tudo 0800. Mas claaaaaaro que a filhinha querida do coração tinha que ter pedido a ele uma rosa... E é pegando uma das rosas do jardim do castelo que ele acaba se ferrando de vez, pois a Fera o cobra com juros e correção monetária pelo vacilo: uma vida por uma rosa (justíssimo, não?). Bela, sentindo-se culpada com razão, vai para o cativeiro no lugar do pai e lá é feita prisioneira pela Fera malvada.

Mas vou falar pra vocês, queria eu um cativeiro assim! Todo dia de manhã um vestido translumbrante diferente para vestir, horas para explorar as áreas belíssimas do castelo, a companhia de um monte de beagles amaldiçoados fofinhos, muita raça de comida à noite para jantar... E algumas visões do passado da Fera à noite, sim, mas isso aí a gente tira de letra. Claro que também há a saudade da família, mas, oras, isso a gente aguenta também, não é? E, tá boooooom, tem uma Fera também, mas com aquela Fera até eu ficaria por lá mesmo.


Vamos falar dos personagens, então. Confesso a vocês: já vi esse filme três vezes e estou profundamente apaixonada pela Fera. Mas a Fera como Fera, não como homem. Como Fera ele é muito mais sensual, elegante, charmoso, ardente, tudo de bom, ME ABRAÇA, ME BEIJA, ME CHAMA DE MEU AMOR! Convenhamos, poderiam ter colocado algum ator mais bonitinho do que o Vincent Cassel, tem vários no elenco. Aliás, o filme tem uma sutil atmosfera sensual, mas bem sutil mesmo, nada do tipo "retirem as crianças da sala". Pelo contrário, tudo é muito delicado. Como na cena do lago congelado, uma das minhas favoritas. A Bela, interpretada por Léa Seydoux (Azul é a Cor Mais Quente, lembram?) começa meio "sou uma mocinha ingênua e boazinha" mas logo mostra que não é trouxa, não! Aliás, é petulante, corajosa e enfrenta a Fera. Muito petulante, inclusive, de soltar várias ironias e sarcasmos à queima roupa, o que gera alguns diálogos épicos, como esses aí embaixo:
Eu crio as regras, lembra?" / "É o que veremos".
Se permitisse, poderia satisfazer todos os seus desejos". / "Uma fera como você, satisfazer uma mulher como eu?"
(EU PERMITO! EU AQUI, EU, Ó! EU ME OFEREÇO COMO TRIBUTO!)


O que chama a atenção no filme, desde o trailer, sem dúvida é a produção mais do que caprichada. Além do figurino esplendoroso, temos cenários espetaculares, fotografia impecável, trilha sonora marcante... Enfim, uma obra de arte meeeeeesmo! Não é um filme cansativo, pois tem alguma coisa interessante acontecendo todo o tempo, o clímax é surpreendente e o happy endé lindinho. O único defeito, para mim, foi a dublagem da Paola Oliveira como a Bela. Não levem a mal, Paolão é linda, maravilhosa, gostosa, delícia e talentosa, mas como dubladora não funcionou, foi muito fraca. Sorte que os outros dubladores eram profissionais (aliás, preciso abrir esses parênteses pra dizer que NOSSOS DUBLADORES ARRASAM, ENTÃO STOP THE MIMIMI). A versão criada ficou interessante e verossímil e realmente não dá pra sentir saudade do desenho da Disney, pois é uma história bem diferente à sua maneira.

Então, fica a dica de filme pra você que está à procura de indicações e pra você que não me perguntou nada também. Chama os pirralhos as crianças, faz a pipoca, prepara o refri e se deleite com essa obra de arte francesa. Chama azamiga também, pra suspirar pelos belos irmãos da Bela (desculpem o trocadilho) e pela Fera charmosa, elegante, sensual e ardente. E agora é só sentar e aguardar a versão live action da Disney que deve sair ano que vem. Aí sim vai ter bule falante (e dublado por Sir Ian McKellen!). E se reclamar vai ter xícara também!




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