Leonard Peacock é um garoto bem solitário e que pretende comemorar seu aniversário de uma forma bem diferente. Ele está fazendo 18 anos e sai de casa com uma arma que seu avô lhe deixou. Leonard está prestes a acabar não apenas com a sua vida, mas também com a de seu ex-melhor amigo. Porém, antes de partir Leonard deseja presentear algumas pessoas que foram importantes em sua vida, e dentre elas está seu vizinho Walt, que é obcecado por filmes do Humphrey Bogart e compartilha desta paixão com Leonard; Baback, um garoto que estuda em sua escola e que é um ótimo violinista; Lauren, uma garota religiosa que até tentou converter Leonard, mas a unica coisa que conseguiu foi fazer o garoto se apaixonar por ela; e Herr Silverman, seu professor que está ensinando as histórias do Holocausto para a turma.
Leonard é irônico e bem sarcástico e a cada virar de páginas vamos conhecendo mais sobre ele e sobre os outros personagens da história, tentando intender qual o motivo que levou Leonard a tirar sua vida e de seu amigo. Cada presente que ele cita que deve entregar é cercado de mistério, nos deixando curiosos para descobrir o que esta pessoa tem de tão especial na vida dele.
Percebi que os livros depressivos vem surgindo cada vez mais e com mais facilidade. Acredito que o motivo de os leitores se interessarem por ler este tipo de trama é o fato de elas serem reais. Leonard Peacock é quase palpável, e ao descobrir os motivos que levaram ele a querer cometer tal ato, percebesse que é uma realidade muito próxima e comum no dias de hoje, mas que claro, não deveria. Eu ainda não tinha lido nada deste autor, e não achei a escrita dele tão fluida como muitos afirmam ser. Uma coisa que me incomodou durante todo o livro é o fato de Leonard usar muito as notas de roda pés para continuar suas explicações. Isso fez com que em várias páginas tivesse notas enormes.
É um livro muito bom de se ler. Gostei de conhecer a vida de Leonard e compreender seus motivos. Fiquei com dó do garoto por ter passado por tudo o que passo. A trama é intrigante e cheia de mistério, mas com um final que deixou a desejar.
Não espere encontrar um personagem louco, porque não é isso que Leonard é. Ele é apenas um garoto, maduro até demais para a sua idade, mas que teve que aprender tudo isso sozinho. Leonard é carente, solitário, e isso podemos perceber pelas diversas vezes em que ele cita desistir de seu plano se alguém lembrar do seu aniversário e simplesmente lhe desejar parabéns. Isto me partia o coração enquanto li.
Para quem gosta deste gênero, com certeza vai amar a leitura. Eu gostei, mas as expectativas estavam altas e tive um certo desapontamento por conta disso, mas ainda assim adorei conhecer Leonard e sua história.
Minha classificação para esse livro é de ❤ 3/6- "Bom".
Perdão, Leonard Peacock. Quick, Matthew. Editora Intrínseca, 2013, 224 p.