Ai, por que minha geração é como um bando de idiotas imbecis sem um pensamento original na cabeça? Por quê? Pelo amor de Deus, por quê?
Coloquei essa frase porque resume bem o pensamento geral de Jeane Smith, a mocinha do livro. Ela é uma dork e se você não sabe o que é isso vai ficar sem saber, porque também não entendi, e olha que pesquisei na internet. Mas ela é uma garota fora das convenções, Gosta de vestir o que dá na telha (alô, Lola Nolan!), tem opinião forte absolutamente sobre tudo e acha que todos os adolescentes da sua escola são completos imbecis sem cérebro. Ela também tem um blog, o Adorkable (nome do livro no original. Faz muito mais sentido do que "Os Adoráveis", aliás. Enfim...), no qual fala de sua vida de dork e um Twitter que bomba. Ela é conhecida no meio e escreve para revistas, dá palestras e afins e é considerada pela mídia alternativa como "a voz de sua geração". A merda é que isso faz com que ela seja SUPER arrogante, se ache demais e tenha um ego do tamanho do mundo.
Do outro lado temos Michael Lee, típico adolescente americano, filho perfeito de pais perfeitos, aluno exemplar, se veste com as melhores roupas compradas em grandes lojas, usa o cabelo na moda e é o sonho de consumo de 9 entre 10 garotas da escola (tirando Jeane). Ele é o oposto de Jeane Smith, que vê nele seu antagonista natural, visto que ela só compra roupas em brechós, mora sozinha (seus pais separados moram cada um em um canto e sua irmã mais velha trabalha em outro país), pinta o cabelo nas cores mais absurdas e é tipo a aberração esquisita e faladeira da escola. Michael namora Scarlett, perfeita para ele, loira, olhos azuis, corpão e roupas da moda e Jeane namora Barney, um nerd que aprendeu muito com ela (ela diz que salvou a mente dele). Os dois se odeiam mutuamente em paz até que seus respectivos pares começam a se interessar muito um pelo outro e é aí que as coisas começam a ferver.
Os Adoráveis foi uma leitura difícil no começo, levei muitos meses pra conseguir ler e sempre interrompia para dar espaço para outro livro mais interessante. Apenas nesse mês voltei a ler e não me arrependi, o esforço valeu a pena. Da segunda metade do livro pro final dá uma boa melhorada, e quando digo boa é BOOOOOOA. Ficou muito bom e eu não queria parar de ler! No começo achava a Jeane muito chata e cheia de si (sério, a garota é irritante, parece que é o melhor ser humano da face da Terra) e o Michael com muito mimimi a respeito dela. Aliás, uma coisa interessante desde o começo é que o livro é dividido em dois narradores intercalados, ora Jeane ora Michael, e realmente é interessante ver dois pontos de vista totalmente diferentes mostrados em primeira pessoa, fora que é raro um rapaz contando a história em primeira pessoa (eu adoro!). Quando os dois realmente começam um relacionamento conturbado baseado primeiro em muitos beijos escondidos e poucas palavras, porque sempre brigavam (não é necessariamente um spoiler, né? Todo mundo sabe que isso iria acontecer, fala sério), é que a trama começa a ficar boa, pois vemos o pensamento de cada um deles a respeito do que está acontecendo. O relacionamento deles, inclusive, foi um dos destaques da história pra mim, porque é super não convencional: ela é mandona e feminista ao extremo, mas ele também tem opiniões fortes, e não tem todo aquele mimimi de primeira vez já que nenhum dos dois é virgem e o sexo não é mostrado da forma como costuma ser nos livros young adult da atualidade, e sim com naturalidade (inclusive a "bissexualidade" de Jeane é contada de forma muito espontânea, nenhum grande alarde sobre o assunto), até porque ele tem 18 e ela 17 anos. O relacionamento difícil, conturbado e pedregoso dos dois é o grande destaque e levou o livro para rumos interessantes, afinal, são duas pessoas exatamente opostas, mas vemos como Jeane aprende aos poucos a controlar seu gênio e seu jeito de ser e como Michael começa a ver o mundo ao seu redor de forma mais crítica. Pode soar clichê pra caramba, eu sei, mas realmente não é, de verdade, e se fosse eu seria a primeira a reclamar, porque vocês sabem que sou dessas que se irritam com clichês. Vemos também a profundidade da personalidade da garota, a história por trás de sua família e a entendemos um pouco, o que a torna mais humana. E foi tudo isso que salvou o livro.
Então, nos primeiros minutos do segundo tempo, recomendo muito Adorkables. Comprei baratinho nas Lojas Americanas aqui na minha cidade (9,90!) e valeu a pena a leitura, mesmo o começo não sendo dos melhores. Vale a pena esperar e ler uma história adolescente com mais conteúdo do que as que vemos por aí. E Jeane me ensinou uma coisinha ou duas sobre ser quem você é, manter seu estilo e suas opiniões acima de tudo, e que você nunca estará sozinha nessa, sempre terá alguém que admirará pelo que você é. No fim de tudo, não pe mais um romancezinho adolescente, graças a Deus!
Do outro lado temos Michael Lee, típico adolescente americano, filho perfeito de pais perfeitos, aluno exemplar, se veste com as melhores roupas compradas em grandes lojas, usa o cabelo na moda e é o sonho de consumo de 9 entre 10 garotas da escola (tirando Jeane). Ele é o oposto de Jeane Smith, que vê nele seu antagonista natural, visto que ela só compra roupas em brechós, mora sozinha (seus pais separados moram cada um em um canto e sua irmã mais velha trabalha em outro país), pinta o cabelo nas cores mais absurdas e é tipo a aberração esquisita e faladeira da escola. Michael namora Scarlett, perfeita para ele, loira, olhos azuis, corpão e roupas da moda e Jeane namora Barney, um nerd que aprendeu muito com ela (ela diz que salvou a mente dele). Os dois se odeiam mutuamente em paz até que seus respectivos pares começam a se interessar muito um pelo outro e é aí que as coisas começam a ferver.
Os Adoráveis foi uma leitura difícil no começo, levei muitos meses pra conseguir ler e sempre interrompia para dar espaço para outro livro mais interessante. Apenas nesse mês voltei a ler e não me arrependi, o esforço valeu a pena. Da segunda metade do livro pro final dá uma boa melhorada, e quando digo boa é BOOOOOOA. Ficou muito bom e eu não queria parar de ler! No começo achava a Jeane muito chata e cheia de si (sério, a garota é irritante, parece que é o melhor ser humano da face da Terra) e o Michael com muito mimimi a respeito dela. Aliás, uma coisa interessante desde o começo é que o livro é dividido em dois narradores intercalados, ora Jeane ora Michael, e realmente é interessante ver dois pontos de vista totalmente diferentes mostrados em primeira pessoa, fora que é raro um rapaz contando a história em primeira pessoa (eu adoro!). Quando os dois realmente começam um relacionamento conturbado baseado primeiro em muitos beijos escondidos e poucas palavras, porque sempre brigavam (não é necessariamente um spoiler, né? Todo mundo sabe que isso iria acontecer, fala sério), é que a trama começa a ficar boa, pois vemos o pensamento de cada um deles a respeito do que está acontecendo. O relacionamento deles, inclusive, foi um dos destaques da história pra mim, porque é super não convencional: ela é mandona e feminista ao extremo, mas ele também tem opiniões fortes, e não tem todo aquele mimimi de primeira vez já que nenhum dos dois é virgem e o sexo não é mostrado da forma como costuma ser nos livros young adult da atualidade, e sim com naturalidade (inclusive a "bissexualidade" de Jeane é contada de forma muito espontânea, nenhum grande alarde sobre o assunto), até porque ele tem 18 e ela 17 anos. O relacionamento difícil, conturbado e pedregoso dos dois é o grande destaque e levou o livro para rumos interessantes, afinal, são duas pessoas exatamente opostas, mas vemos como Jeane aprende aos poucos a controlar seu gênio e seu jeito de ser e como Michael começa a ver o mundo ao seu redor de forma mais crítica. Pode soar clichê pra caramba, eu sei, mas realmente não é, de verdade, e se fosse eu seria a primeira a reclamar, porque vocês sabem que sou dessas que se irritam com clichês. Vemos também a profundidade da personalidade da garota, a história por trás de sua família e a entendemos um pouco, o que a torna mais humana. E foi tudo isso que salvou o livro.
Então, nos primeiros minutos do segundo tempo, recomendo muito Adorkables. Comprei baratinho nas Lojas Americanas aqui na minha cidade (9,90!) e valeu a pena a leitura, mesmo o começo não sendo dos melhores. Vale a pena esperar e ler uma história adolescente com mais conteúdo do que as que vemos por aí. E Jeane me ensinou uma coisinha ou duas sobre ser quem você é, manter seu estilo e suas opiniões acima de tudo, e que você nunca estará sozinha nessa, sempre terá alguém que admirará pelo que você é. No fim de tudo, não pe mais um romancezinho adolescente, graças a Deus!
Minha classificação para esse livro é de ❤ 3/6- "Bom".
Os Adoráveis, Manning, Sarra. Editora Novo Conceito, 2013, 384 p.