Tanya era uma dessas raras mulheres que ainda colocava, e sempre colocaria, a família em primeiro lugar. (Pág. 13)
Tanya Harris é uma dona de casa, escritora nas horas vagas, que ama cuidar dos filhos, Megan, Molly e Jason, e do marido, Peter, fazendo tudo o que for necessário por eles e para eles. Esse sempre havia sido o seu conceito de felicidade. Até que um dia, após uma ligação de Walt, seu agente, a sua vida pacata mudou e virou de cabeça para baixo.
A tão sonhada proposta, e aparentemente impossível, finalmente surgiu: escrever um roteiro para Hollywood. Apesar de ser feliz escrevendo seus contos e, de vez em quando, trabalhando com novelas, produzir um roteiro de cinema era o que Tanya mais desejava. Havia apenas um problema: era preciso se mudar para Los Angeles e viver cerca de nove meses nesse lugar.
Depois de muito pensar sobre o assunto e quase recusar a oferta, Tanya se deixa convencer por Peter, afinal, estava na hora de ela abandonar o ninho e agarrar a oportunidade de viver o seu grande sonho. Aos poucos, ela vai notando que seus filhos já cresceram, estão indo para a universidade, seu marido é um advogado bem sucedido... Sua família não é mais dependente da sua ajuda.
Trabalhando arduamente, conhecendo pessoas novas, vivenciando parcelas de luxo e fama e sentindo saudades de casa, Tanya tenta encontrar uma forma de conciliar os dois mundos.
Às vezes, não vemos o final do caminho no começo da jornada. Só nos resta segui-lo. (Pág. 340)
O que dizer desse livro que atrapalhou o meu maravilhoso ritmo de leitura de Setembro?
Tanya é uma personagem cuja felicidade, como vocês podem perceber através do início dessa resenha, é proporcionada pela sua família. Ela tem prazer em fazer tudo o que pode pelos seus filhos, mesmo que eles já estejam entrando na vida adulta, e pelo marido, um advogado bem sucedido, logo, um homem adulto que tem condições de viver sem a sua ajuda. Essa necessidade de estar sempre disposta a abdicar da sua vida e dos seus sonhos pela sua família me irritou desde o início.
A todo o momento, Tanya reforça a ideia de que primeiro é preciso zelar pelo bem-estar de Megan, Molly, Jason e Peter e só depois, nos únicos minutos em que ela não estiver ocupada cozinhando, limpando a casa ou organizando as coisas para os filhos, é possível sentar e exercer sua profissão de escritora. Como lidar com isso? A família é essencial e eu não vou negar a sua importância. Porém, não acho que seja necessário abandonar os seus sonhos para cuidar dela.
Além da minha indignação com a protagonista, principalmente pelo seu comportamento que se repete em todo o desenvolvimento, já que ela parece não aprender com os erros que cometeu e com as situações pelas quais passou, tenho que dizer que a escrita da autora não colaborou. A narrativa da Danielle Steel é muito lenta. Ela insiste em reafirmar algumas características e ações não tão importantes dos personagens a todo instante.
O enredo é extremamente previsível. Desde o primeiro capítulo é possível deduzir o desenrolar da história. São 350 páginas de uma trama chata, cansativa e repetitiva. Por fim, há a diagramação. Não tem como negar que as páginas brancas dificultam a leitura que já não estava sendo nada fácil. Infelizmente, não gostei da obra e não recomendo. Esse foi o primeiro, e espero que único, livro que recebeu uma avaliação com somente uma de cinco estrelas em 2015.
Minha classificação para este livro é de ♥ 1/6- "Ruim".