Até agora eu confesso que não entendi o livro Léxico. A história é praticamente toda baseada em que algumas pessoas dotadas de persuasão e coerção dominam algumas palavras que combinadas são capazes de controlar a mente de qualquer indivíduo e até grupos. São habilidades inatas, mas que podem ser desenvolvidas mais eficazmente em uma escola especial em que os alunos aprendem como manipular as massas e induzi-los a fazer o que eles quiserem, seja pelo motivo que for. Os iniciados são treinados exaustivamente e são logo após, orientados a abandonar suas identidades anteriores e a não criar vínculos afetivos com ninguém, pois gera fraqueza e coloca o agente em risco. Aliás, achei genial que os agentes da organização ganham como codinome, os nomes de escritores famosos.
Até aí, você entendeu, correto? Pois é. A história toda é bastante confusa, os fatos desencontrados. A história inteira é um enigma, um quebra-cabeça. Os capítulos se revezam entre a história de Emily Ruff, uma aluna prodígio da escola da organização, como ela saiu das ruas e conquistou o posto de melhor aluna até tudo começar a dar terrivelmente errado. E a história de Will Parke, um rapaz que perdeu a memória e é sequestrado por dois agentes da tal organização que matam sua namorada. Numa fuga desesperada Will conhece apenas trechos de um desastre iminente orquestrado por uma vilã denominada de Virginia Woolf e de uma tal de palavrárida, um artefato capaz de destruir toda uma população. Ah, ainda temos mais dois pontos de vistas no decorrer da história de personagens secundários.
O que era para ser uma história brilhante tornou-se uma história mal contada, com a ordem cronológica dos eventos embaralhados e confusos. Por exemplo: durante a leitura, eu tive a impressão de que a história de Emily Ruff estava sendo contada no presente, somente lá para a metade do livro, é que sabemos que se trata do passado. E Will no presente! Perdido, sem saber nada do que está acontecendo, sabendo apenas fragmentos de um desastre que ele tem que evitar, apenas tendo que fugir e se defender de pessoas que lhe atacam o tempo inteiro. Quase um Walking Dead. Juro!
Admito que quase desisti da leitura, mas persisti fervorosamente porque eu queria saber como iria terminar o romance de Emily e Harry. Infelizmente, somente no final é que a história tomou sentido e fui entender alguns eventos anteriores. Há muitas cenas fortes, aventuras, corridas contra o tempo, desastres e mistérios. E um pouquinho de romance. Poderia ter sido brilhante e inteligente, mas para mim, foi uma leitura arrastada, cansativa e cheia de altos e baixos.
Sempre que faço uma crítica negativa de um livro, desafio os leitores do blog a ler o livro. Não tire conclusões de que é bom ou ruim por causa de uma opinião alheia. Se tiver curiosidade e gostar da proposta, leia o livro. Depois me procure para conversarmos a respeito. Que tal?
Minha classificação para esse livro é de ❤ 2/6- "Regular".
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Léxico. Barry, Lex. Editora Intrínseca, 2015, 368 p.