"Ausência", de Flavia Cristina Simonelli

Ervin de Apolinário é um professor de literatura muito renomado e que dedicou toda a sua vida para a licenciatura. Durante uma de suas aulas ele começa a ter lapsos de esquecimento. A princípio, acreditava ser apenas coisa da idade ou talvez os muitos anos de trabalho. Após recorrer à ajuda médica, Ervin e sua família descobrem ser, na verdade, os sintomas de Alzheimer se agravando. Sua esposa, Margarida, e sua filha Natacha, ficam cada dia mais aflitas ao perceberem que a doença só piora a sanidade daquele que já foi um grande homem e grande exemplo de sabedoria para elas.

Elas buscam ajuda com Daniel, um neuropsiquiatra. Daniel é casado com Milene há 17 anos, e juntos tem dois filhos. A princípio o médico reluta em acompanhar o caso de Ervin, pois quando criança, perdeu sua avó para a mesma doença. Mas aos poucos ele se vê totalmente envolvido pela família e, principalmente, por Natacha.

O mais incrível de toda a trama é podermos acompanhar a evolução da doença de Ervin. Apesar de saber sobre a doença, não conhecia tanto sobre ela e não sabia a qual ponto uma pessoa com Alzheimer poderia chegar. Acompanhamos o avanço da doença de Ervin tanto pelo ponto de vista dele, da esposa, da filha e filho como do ponto de vista do doutor Daniel. Podemos observar também a versão da doença do ponto de vista do Daniel, quando ainda criança, contando a história de sua avó. Achei que a descrição de ambas as histórias foram feitas de forma excepcional. Foi muito emocionante acompanhar e sentir todo o sofrimento da família, principalmente por não poder fazer nada além do que a medicina permite.

Todos os personagens foram muito bem construídos. Cada um com seus defeitos e qualidades muito bem destacados. O livro vai além da abordagem da doença. Trata também sobre o amor e problemas familiares, mas eu super indico ele principalmente para quem tem curiosidade em conhecer mais sobre esta doença.