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{Séries} Lúcifer (1ª temporada)

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O que a gente diz quando um grupo de religiosos começa a fazer campanha contra alguma coisa? VAMOS VER, claro! Quer melhor publicidade do que uma boa polêmica? Desde que o episódio piloto de Lúcifer foi exibido para apreciação em uma feira e acabou vazando para a internet, religiosos dos EUA se uniram para tentar derrubar a série antes mesmo que ela fosse ao ar. Graças a Deus (ou como diria Lúcifer, dad), não conseguiram. E a segunda temporada, garantidíssima desde que a primeira ainda estava no ar, estreou esse ano em 19 de setembro, para desespero dos chatos de plantão.

Mas do que se trata toda essa choradeira, afinal de contas? Bem, como o próprio nome deixa claro e óbvio, a série é sobre o Capiroto, o Cão, o Cramulhão, o Demo, Satanás e outros 2567846 nomes. O Senhor do Inferno em pessoa, cansado e entediado com sua vidinha no Submundo, decide chutar o balde e fugir para Los Angeles, o lugar ideal para um Príncipe das Trevas fazer morada. Luci, juntamente com a demônia Maze, que o segue pelos portões do Inferno, abre uma boate na cidade, a badalada Lux (cês tão ligados, luz em latim) que serve também como uma espécie de central de acordos, o famoso pacto com o Diabo, onde ele usa sua influência e poder para ajudar os humanos a conseguir o que eles querem. Tudo ia muito bem até que uma de suas clientes, uma famosa cantora que deve sua fama a ele e acaba de decidir mudar de vida, é assassinada a tiros bem na frente da sua boate - e bem do seu lado. É aí que entra Chloe Decker, detetive designada para resolver o caso.

Lúcifer deseja fazer justiça pela morte da amiga e cliente e quer mais ainda que o responsável seja punido (até porque ele é o mestre das punições), por isso, se mete na investigação da detetive Decker usando seus próprios meios: ele tem o poder de fazer com que os humanos lhe revelem seus mais profundos segredos e desejos mais obscuros. A única exceção a isso, adivinhem quem é? É Chloe, que não sucumbe nem aos poderes nem ao charme de Lúcifer.


Essa é mais ou menos a premissa do episódio piloto. Os outros seguem uma linha muito parecida, sempre com um caso diferente por semana, com Lúcifer cada vez mais intrigado e envolvido com Chloe, sempre no encalço da detetive tentando ajudar (na maioria das vezes mais atrapalhando do que ajudando) e seu irmão celestial Amenadiel em seu encalço, exigindo que ele retorne ao seu posto no Inferno, por ordens do Pai. Intrigado com Decker e com a humanidade em modo geral, ele procura a ajuda da psicóloga Dr. Linda, que escuta e tenta entender os problemas do charmoso e bizarro Sr. Morningstar em troca de algumas horinhas de sexo (quem pode culpá-la?). Fatos do passado de Chloe também vêm à tona, como uma investigação de corrupção policial que quase a tirou da corporação e a tornou desacreditada e não podemos nunca, JAMAIS deixar de falar de sua filha, a adorável Trixie, simplesmente a melhor personagem depois do protagonista, que desenvolve uma profunda afeição por Lúcifer que garante cenas hilárias.

Todo esse modelo de "caso da semana" poderia tornar a série chata e cansativa, mas não é o que acontece aqui, pois o humor torna tudo mais leve e interessante, assim como o charme inegável do protagonista. O ator escolhido para o papel do Senhor do Inferno, o britânico Tom Ellis, dá charme, elegância e humor na medida certa para o personagem (e vamos combinar que aquele sotaque é delicioso) e torna tudo mais divertido. O personagem é cínico, irônico, sarcástico e divertido a ponto de quase ser pateta, além de super charmoso. Ele nunca esconde de quem quer que seja que ele é o próprio demônio (a cena do embate entre ele e o pastor charlatão da rua no segundo episódio é HILÁRIA!), inclusive usa o Lúcifer Morningstar como seu verdadeiro nome (Morningstar = estrela da manhã, cês tão ligados, né? Lúcifer era o anjo mais brilhante, mais lindo, inteligente e maravilhoso do céu e esse era seu título). Porém, é CLARO que ninguém acredita nele e o tratam mais como um milionário excêntrico, e muito menos Chloe, mesmo que ela tenha provas mais do que suficientes para crer, e olha que são muitas. A detetive, crítica toda vida, além de não acreditar em nada do que ele diz, mesmo vendo com seus próprios olhos muitas vezes (o vê levar vários tiros a queima-roupa no primeiro episódio e mesmo assim só fica intrigada), também é imune aos poderes e charme dele e ainda se torna a fraqueza de Lúcifer, que se torna cada vez mais humano com a convivência constante.

Uma coisa que me incomoda na série é que Lúcifer não age como o Senhor do Inferno. Espera-se que o personagem tenha poderes até além dos de um anjo normal, visto que ele é o Rebelde, o Caído, mas só o que ele tem é a imortalidade, indestrutibilidade  e o poder da hipnose, que faz com que as pessoas contem seus segredos e desejos mais profundos. Ele poderia fazer muito mais do que isso, afinal ele é um anjo, mas na maior parte do tempo age como um ser humano normal meio excêntrico e com um charme acima da média. Essa foi a crítica da grande maioria das pessoas que assistiu, embora isso não tire a graça da série que está muito bem segura no carisma do protagonista, o que a torna uma das melhores da atualidade, super divertida e leve. Prova disso é a segunda temporada que voltou firme e forte 19 de setembro e a terceira já confirmada e com 22 episódios encomendados (lá vem hiato!). Parece-me que, apesar dos haters, Lúcifer veio mesmo para ficar.

Pôster oficial da segunda temporada
Primeiro pôster promocional da 2ª temporada
















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