“Certa manhã, ao acordar após sonhos agitados, Gregor Samsa viu-se na sua cama, metamorfoseado num monstruoso inseto.”
É com essa frase ai em cima que começa o livro tão conhecido de Franz Kafka.
Gregor Samsa (muitas referências de Game of Thrones em um nome só), um moço trabalhador, que mora com o pai, a mãe e a irmã mais nova. Família tradicional. Sustenta a família, a irmã aparentemente toca violino muito bem. O menino Gregor um dia acorda e descobre que está virado no bicho... Literalmente.
É isso, essa é a história. Não tem muito mistério.
Eu não vou mentir, provavelmente iria levar anos pra ler esse livro não fosse o fato de um professor da minha faculdade ter exigido a leitura dele e a greve acaba essa semana e eu li de última hora. Me julguem.
O livro é bem pequeno. Cada edição tem uma quantidade de páginas diferentes, e nesse mundo existem incontáveis edições de A Metamorfose, mas de qualquer forma, acaba ficando com uma média de umas 60 páginas.
O desenvolvimento da história é simplesmente como Gregor começa a se virar sendo um inseto. E preciso dizer, ele levou tudo numa boa.
Imagina você, na sua casa. Lendo às onze da noite, promete que é só mais um capítulo, quando vê já tá ouvindo aquelas galinhas de vizinho gritando, o céu ficando claro e você ainda não dormiu. Ai você cochila. E você acorda e virou um inseto. Ó que delícia.
O que me impressiona nisso tudo não é nem a transformação dele (e se você está esperando por algum tipo de explicação pela qual ele vira um inseto, então prepare-se para a decepção, porque não explica nada) e sim a forma como ele lida com essa situação toda.
O cara acorda atrasado pro trabalho, situação normal a qual já fez muita gente aqui sair correndo pra se vestir e escovar os dentes ao mesmo tempo, vai se levantar e nota que virou um bicho. E nem é um bicho maneiro, tipo um leopardo, ou uma águia, ou até mesmo um gorila. Não. É um inseto. Que maravilha. Ai o cara, ao invés de ficar maluco da cabeça (pelo menos eu ficaria se soubesse que me transformei numa barata, sei lá), ele fica sussa. A primeira coisa que ele pensa é que precisa levantar logo porque se não vai perder o emprego se chegar atrasado.
Olha que ser humano doente. A gente aqui, chorando quando tem que acordar cedo, e o Gregor vem jogar na minha cara sua conduta de cidadão exemplar.
Mas enfim, daí pra frente a história se desenvolve em seus dias como inseto, como a família dele trata ele (apesar de eu não ter curtido muito essa galera pra quem ele pagava um teto e botava comida na mesa, ainda assim eles agiram de maneira coerente) e como ele aprende a ser um bichinho não identificado.
A leitura é bem tranquila, rápida e fácil. Não tem muito o que dizer ai.
Não achei aquelas coisas. Achei um conto legal, um conto bom e bem escrito. Mas Gregor tem que rever seus conceitos.
OBS.: A edição do livro do link do Skoob é diferente pelo simples motivo de eu achar a capa que coloquei aqui mais bonita. #paz
Minha classificação para esse livro é de ❤ 4/6- "Bom".
A Metamorfose. Kafka, Franz. Nova Fronteira, 2014, 61 p.