“– Orelhas bacanas.– São chifres.”
Finalmente, a série que tava todo mundo esperando sair. Os Defensores.
Depois de sair Demolidor, todo mundo começou a adorar as parcerias da Marvel com a Netflix. Algumas foram mais felizes que outras, mas no final de tudo, a gente assiste mesmo porque tá lá e basicamente porque se a história não for boa, pelo menos a gente vai ver uma violência gratuita, umas piadinhas e mil referências.
Pois bem. Antes de falar de Defensores, quero fazer uma rápida apresentação dos personagens.
A primeira série que saiu foi a primeira temporada de Demolidor. Nela conhecemos Matt Murdock, cristão, paladino, o cara certinho que condena o assassinato mas não vê problema nenhum em lascar o punho na fuça dos outros e gerar um traumatismo craniano. Uma das partes que mais gostei de Demolidor foi o fato que Matt lutar contra esse impulso que ele tem de querer salvar os outros enquanto ele tenta manter uma vida normal de advogado e proteger quem ele ama.
E daí veio Jessica Jones. Menina Jessica é alcoólatra (quem não é?) e trabalha como espiã particular (eu sei que não é esse o termo, mas eu esqueci, tô com preguiça de pesquisar, e é basicamente isso aí mesmo). A menina é atormentada pelo ex e simplesmente anda por aí com um enorme sinal de Foda-se estampado na testa. Ah, e ela é super forte.
Depois apareceu Luke Cage. Ele é à prova de balas. Ele é gente fina.
E por fim o Danny Rand (Punho de Ferro). Resumindo, ele é um menino, filho de gente rica que perdeu os pais em um acidente trágico e depois foi treinar em um templo (Batman Begins feelings). Daí ele matou um dragão loco lá, virou o defensor supremo do templo, falou “eu não preciso disso, meu marido tem dois empregos” voltou pra Nova York e começou a fazer merda. Ah, e o punho dele brilha.
Bom, agora que expliquei bem mais ou menos quem é quem, vamos aos Defensores.
A série logo no trailer promete que vamos enfim conhecer o Tentáculo, organização que já tinha aparecido mais em Demolidor e Punho de Ferro. E realmente conhecemos.
O rolê do Tentáculo é: queremos viver para sempre, para isso precisamos de uma substância. Show. Daí aparentemente essa substância é a única coisa que mantém a desgraça da cidade no lugar que tá. Daí é claro que isso tá muito abaixo do cachê dos Vingadores (se não foi pra ter aliens mecânicos e cidades espatifando outras, nem chama), e sobra pros Defensores.
Luke e Danny se conhecem primeiro, depois Jessica e Matt. Daí todo mundo se encontra numa lutinha lá, que foi bem massa.
Agora vamos às críticas.
Primeiro de tudo. Você vai fazer uma série sobre um plano maligno de destruir uma cidade inteira, juntas quatro pessoas totalmente diferentes umas das outras, fazer eles conseguirem trabalhar em grupo, e conseguir parar um exército de gente que já foi e já voltou, vamos fazer mais que oito episódios, né não galera?
Os acontecimentos ficam meio corridos, as alianças entre a galera acontece muito rápido. Esse povo tinha é que se odiar. Ninguém tem o mesmo pensamento, não faz sentido começarem a lutar todo mundo juntinho no primeiro dia. Ok, teve tensão e tal, mas só. Eu teria gostado muito mais se explorassem as relações entre eles.
Segundo ponto: Alexandra e o Tentáculo. Me pegam a porra da Sigourney Weaver pra fazer a líder do Tentáculo, e a desgraça da mulher não é forte porra nenhuma. Não dá nem tempo de ter medo dela, ou entender o lado dela, como acontece em Demolidor com o Rei do Crime. A Alexandra tá lá, apenas. Em nenhum momento eu temi pelos personagens ou pelo futuro de Nova York, porque não trabalharam a vilã o suficiente pra eu saber que ela pode causar um estrago.
Outra coisa que me incomoda. O Danny é burro. Ô garoto burro. Meu senhor amado. Alguém bota o Danny num canto com um toddynho e manda ele parar porque tá feio?
Outra que eu tenho ranço e não existe motivos pra ela ter dado o ar da graça nessa série é a Karen. Não gosto dessa mulher. Chata pa carai. Além de ser inútil tanto em Demolidor quanto em Defensores, ela só serve pra falar pro Matt que ele não deve ajudar a cidade. Minha filha, vai escrever suas matéria e confia no ozado.
Outra coisa que eu não tô gostando muito é a Elektra. A personagem é super complexada. Ela tem todo um lado romântico e certinho, o que causa culpa nela por ela ser quem é. Ela sabe que o que ela faz é errado, e isso cria um conflito interno muito legal. Mas não. Na série ela só quer ver o mundo acabar em sangue, igual na abertura de Demolidor. Colocaram uma personagem vital pra história do Demolidor na série, uma personagem que sustenta de boa uma série só dela, mas não vamos falar muito. Bora só colocar as faquinha na mão dela e deixar a parada acontecer.
Se você estiver a fim de assistir uma série legalzinha, com referências, piadinhas e muita cena de luta, então vai nessa (vale avisar que algumas cenas de luta tão bem mal coreografadas). Mas o roteiro da série tá bem fraquinho pra o que foi prometido.
Uma das poucas coisas que eu gostei na série foram as interações do Matt com a Jessica.
Pessoalmente eu gostei da série, mas queria ter visto muito mais. Não foi dessa vez Netflix. Sashay Away.
Minha classificação para essa série é de ❤ 3/6- "Bom".
Veja a cotação da série no IMBD e a opinião de outros espectadores.