- Caiu? - Não! - respondeu ela - Sentei pra assistir ao jogo da Copa!"O livro tem milhares de frases bonitas, lições de vida, coisas fofas mesmo. Mas decidi colocar essa frase em destaque simplesmente porque ela me fez rir dentro de um ônibus! Foi a frase que mais me marcou, sem dúvida (porque sou palhaça desse jeito). E para demonstrar o humor que permeia esse livro, e que é uma das melhores coisas de toda a saga, e uma característica pessoal de Eddie Van Feu.
A essa altura do campeonato, já sou fã de carteirinha do casal 20 Eddie Van Feu e Renato Rodrigues. São três livros da série Lua das Fadas, o prequel O Portal (resenha em breve) e três livros da série Dragões de Titânia (resenha em breve, também. Pode pular, Renato;-)) Tudo começou na Bienal do Rio de 2011, passou pela Bienal de 2013, pela Primavera dos Livros 2012 e, mais recentemente, pela Bienal de SP 2014, onde adquiri esse volume. Ainda faltam alguns livros da Eddie pra completar minha coleção (Crônicas de Leemyar e Uma Guerra de Luz e Sombra já estão na listinha), então, virão muito mais encontros por aí! Muitas Bienais, e encontros na rodoviária (droga de Spoletto!). Rsrs. Além de dois novos autores surpreendentes e talentosos, creio que ganhei dois novos amigos. (Ano que vem tem Bienal do Rio e vocês dois estão me devendo duas continuações, tá. Só pra lembrar. Rsrs)
Depois que passamos mal no final de O Trono Sem Rei (porque, repito, é MUITA maldade terminar um livro daquele jeito), somos presenteados com essa nova história começando de onde a última parou. Sem enrolação, sem muita explicação, fluida e seguindo a linha do anterior. A trama ainda mais dividida entre os personagens que se encontram e desencontram, e suas aventuras incríveis. E está todo mundo lá, Bianca, Zac, Urbain (e a mulherada vai á loucuuuuuuura!), Marcos, Marcel, Lorena e a menina-fada Eileen. Outros personagens ainda aparecem para incrementar a história, como Pé de Vento, e outros retornam, como Leanan Sidhe e Frabatto.
Não gosto de me referir a esse livro como o último da série, porque fica claro no final que poderá haver uma continuação (TEM QUE TER uma continuação, tá bom, Eddie? Isso é uma ameaça), talvez numa nova saga. Mas esse é o fim do ciclo de Lua das Fadas. Finalmente descobrimos se todos conseguem voltar para casa e o que acontecerá com Zac. Sim, é ainda mais difícil falar sobre esse livro sem dar spoiler do anterior. O humor continua lá, talvez ainda mais forte (vide os ataques de riso que tive no ônibus), com as tiradas engraçadas dos personagens às vezes no meio de situações sérias. A música que Marcos canta na cidade assombrada me fez ter um ataque de riso em público, e mesmo agora, ao me lembrar, quase passo mal.
Seguindo a linha de O Trono Sem Rei, a história está mais madura, mais bem escrita e completa. Como a publicação seguiu pela Editora Linhas Tortas, a qualidade do segundo livro foi mantida. Edição cuidadosa, detalhada, qualidade de capa e papel... Só senti falta das ilustrações coloridas da Carolina Mylius que, aliás, dessa vez não assina a capa, que ficou a cargo de Marcus Pallas, que também arrasou, dando a ela um tom épico. Porém, o final me deixou um pouco a desejar. As tramas se enrolam e desenrolam, temos encontros e desencontros durante todo o livro, mas no final tudo pareceu se resolver muito fácil e rápido. Talvez eu esperasse algo mais dramático, mais complexo... Só faltou algo mais. O final mesmo, em si, mostra como todos os personagens seguiram suas vidas, e o epílogo vem para, digamos, dar uma sacudida no final. O que para nós, fãs, é uma maravilha! Vem mais aventura por aí!
Enfim, fazendo um saldo da trilogia Lua das Fadas, digo que foi uma grata surpresa, pois vai além do que se espera de uma saga infanto-juvenil, ou young adult, como gostam de chamar hoje em dia. Vai muito além de uma história de menina comum que se apaixonou por um anjo num mundo encantado. Escrever isso é minimizar totalmente a essência da saga, pois é tudo muito mais complexo. O Zac é uma prova, um mocinho que foge do maniqueísmo, que é mais do que se imagina, e que mostra suas diferentes facetas ao longo da série. E Bianca também, que foge completamente do estereótipo da mocinha que é salva pelo mocinho; afinal, é ela quem vai atrás dele no segundo livro, é ela quem vai salvá-lo. E a presença dos personagens mais maduros, quase inimaginável nesses tempos em os jovens salvam o mundo nos livros juvenis e ter um adulto por perto é quase um sacrilégio, que dirá um adulto participante, sujeito da história. Esses foram os grandes diferenciais dessa saga que entrou para a minha lista de favoritos!
❤ ¸. • * '¨`* •. Série Lua das Fadas ¸. • * '¨`* •. ❤
A Canção dos Quatro Ventos
O Portal (prequel)
Minha classificação para esse livro é de ❤ 5/6- "Excelente".
A Canção dos Quatro Ventos. Van Feu, Eddie. Editora Linhas Tortas, 2014, 256 p.