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"A redenção de um cafajeste" de Nana Pauvolih

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(...) Tinha ficado impressionada com o seu tamanho e sua potência. Mesmo agora, sabia que poderia me montar de novo e me fazer dele. Não sabia que homens se recuperavam assim, tão rápido. Nem que pudesse existir um como Arthur, que não fazia amor, devorava. Arrebatava. Tomava tudo. (Pág. 183)

É impossível não ler qualquer romance hot e não lembrar de Cinquenta Tons de Cinza, por isso, antes de mais nada quero dizer uma coisa. ESQUEÇA 50 TONS! ESQUEÇA E.L. JAMES. Nana Pauvolih dá um show de escrita no quesito romance hot e o melhor de tudo é brasileira!

Vai aprender a gostar dessa dor. Dessa e de outras. Quero que seja minha, para eu usar, beijar, foder e bater sempre que eu quiser. Nunca ouse me dizer não, Maiana. (Pág. 190)

A redenção de um cafajeste conta a história de Maiana e Arthur. Ele é um empresário rico e bem sucedido que nunca cogitou se casar, muito menos se deixar dominar por uma mulher a ponto de se apaixonar. O negócio dele é transar com todas as beldades que surgir em seu caminho (e elas se jogam aos pés! rico e lindo, pudera!) e descartar depois. Maiana é jovem de beleza estonteante que sabe que se quisesse poderia usar seu rosto e corpo em seu favor para subir na vida, mas prefere estudar e trabalhar muito e subir na carreira por esforço próprio. Faz faculdade de história e deseja ser professora. Duas pessoas que vivem em mundo opostos até que o destino faz com que eles se conheçam, de uma forma inusitada. 

Foi nesse ponto que quase desisti da leitura de imediato e me desapontar com Nana Pauvolih. Arthur foi amante de Juliane, irmã de Maiana e é por esse motivo que eles acabam se conhecendo. Mas diferente da irmã que já aos dezoito anos quer encontrar um marido rico a qualquer custo, Maiana não cede aos encantos de Arthur por ele ter se relacionado com a irmã e também por obviamente ser rico. Mas Arthur não joga para perder e ninguém NUNCA diz não para ele. O que ele faz, então? Um acordo com Juliane para que incentive Maiana a aceitá-lo, dizendo que nunca tiveram nada. Em troca, ela seria a modelo capa para posar nua em sua revista masculina Macho. O homem é ou não um cafajeste? Pensei: Putz, isso não vai prestar. Como essa garota vai acabar com o homem que comeu a irmã delas em todas as posições imagináveis e inimagináveis? Pois é, continuei a ler e gamei na história... e no Arthur, óbvio!

Maiana é uma personagem bem forte, determinada e honesta. Linda, deslumbrante, ela sabe que é linda e cresceu com a mãe incentivando ela e a irmã para usar a beleza em favor próprio, mas ao contrário de Juliane, ela tomou nojo. A mãe dela é horrorosa de verdade. Fútil, preguiçosa, hipocondríaca, má. Um ser desprezante que quer se dar bem na vida usando as filhas. Já Arthur acha que toda mulher é igual e que uma vez usadas a seu bel prazer, podem ser descartadas. Assim, friamente. Arthur é um cafajeste de primeira linha. Safado, tarado, frio e calculista, mas também inseguro e quer precisa urgentemente se sentir amado e querido. E preencher o vazio que é sua vida repleta de orgias, pessoas esnobes e interesseiras. Até que Maiana se mostra irredutível em aceitar seus presentes, em ser comprada por seu dinheiro, se tornando um prêmio a ser conquistado.

Nana Pauvolih foi uma surpresa enorme. A história é muito bem escrita e se passa entre a zona sul carioca no Leblon e o subúrbio de Nova Iguaçu. Sem poupar detalhes ela descreve o mundo vivido pelos dois personagens, um rico e a outra pobre e foi tão gostoso reconhecer os lugares e o contexto. Impossível foi não rir e visualizar a cena quando Arthur pisa pela primeira vez em Nova Iguaçu em uma casa comum do subúrbio e seus pensamentos esnobes. Ainda a autora surpreende pelas cenas fortes de sexo entre os personagens, despida de pudor e moralismo, ela descreve tudo utilizando com maestria a sensualidade e erotismo nas palavras. É pornográfico. De clubes privados onde homens e mulheres transam uns na frente do outro, onde há trocas de casais, sadomasoquismo e muitos mais você encontra na história. Arthur libertino!

Evento que ocorreu em fevereiro deste ano. Nana Pauvolih e eu.
Aliás, conheci a Nana Pauvolih no evento do Clube Violeta da Rocco. Ela é uma fofa, super simpática. Tem várias fãs dos seus livros que ficaram famosos na Amazon. Agora é fácil entender tanta admiração. 

Terminei a leitura hoje e já quero começar a ler Redenção e Submissão, a história de Matheus, melhor amigo de Arthur. O cara é um fofo, ainda que seja outro libertino e viciado em sadomasoquismo. Apreciei muito a leitura, me diverti, me apaixonei e até chorei depois. Simplesmente viciante! Se eu recomendo? Claro que sim!



Minha classificação para esse livro é de  5/6- "Excelente".
Veja a cotação do livro no SKOOB e a opinião de outros leitores.

A redenção de um cafajeste. Pauvolih, Nana. Editora Rocco, 2015, 560 p.



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