Sou frequentemente confundido com o deus do amor. A Morte tem mais em comum com o Amor do que vocês imaginam. Mas eu sou a Morte. Eu lhes asseguro.
Pesado, né? Pois é, eu tô dizendo, desde a minha resenha anterior, que essa segunda série do Rick Riordan é mais pesada do que a saga de Percy Jackson. E por falar no Cabeça de Alga, ELE ESTÁ DE VOLTA! O maior semideus que você respeita está mais perdido que cego em tiroteio no meio de São Francisco, lutando contra monstros que não morrem, usando uma espada que vira caneta, depois de ter sido instruído por uma loba gigante e sem fazer a menor ideia de quem seja. Porém, no meio do caminho havia uma deusa velha hippie, que o fez carregá-la para dentro de um acampamento estranho no meio de um túnel e foi assim que ele conheceu o Acampamento Júpiter, o lar dos romanos.
Quando comecei o primeiro livro eu achei muito estranho o sistema de pontos de vista e a narrativa em terceira pessoa. Porém, logo aprendi a gostar do modelo, que nos faz ter um conhecimento mais profundo de cada um dos protagonistas, principalmente porque eram três novos, Jason, Piper e Leo. O novo modo de apresentar a história nos permitiu nos aprofundar no passado de cada um, em seus pensamentos e sentimentos mas de um modo mais sério, visto que o narrador é onisciente e não são eles mesmos, o que deixou o texto até mesmo um pouco denso (falei sobre isso na resenha do livro anterior, o link estará no fim dessa resenha). Esse aqui não é diferente. Temos o mesmo esquema e três novos heróis, ou melhor, dois novos heróis e um já velho conhecido nosso, mas visto sob uma outra perspectiva que não a sua própria, e isso é MUITO LEGAL pois dá outra dimensão à coisa toda. RICK RIORDAN, VOCÊ É UM GÊNIO, SEU RIDÍCULO!
Os novos personagens são Hezel Levesque e Frank Zhang. Mais uma vez tio Rick mostra que VAI TER DIVERSIDADE SIM ao nos presentear com uma semideusa afro-americana de Nova Orleans e um semideus canadense descendente de chineses (sino-canadense). A ascendência divina de cada um também quebra estereótipos, mas não vou contar pra não dar spoiler, mesmo o livro tendo 5 anos de lançamento. No último livro tivemos um semideusa de sangue indígena e um latino como protagonistas e eu simplesmente amo muito tudo isso. A história de vida dos dois novos protagonistas romanos é ainda mais interessante do que a dos anteriores, com o passado ainda mais presente, principalmente no caso de Hazel (aliás, a questão toda envolvendo o vodu, mesmo que não de maneira explícita, foi muito interessante) e o caso da ancestralidade de Frank são enriquecedores para a trama e acabam deixando a parte de Percy até mesmo pálida e sem graça. Mais uma vez vemos um pequeno romance se formando e é muito OWWWNNN, temos uns monstros novos muito doidos, uma deusa macrobiótica, amazonas que trabalham na Amazon, um elefante de guerra e uma harpia muito inteligente. Senhoras e senhores, QUI LIVRÃO DA PORRA!
Não gostei de uma coisa: a capa do livro é um puta dum spoiler. Tá, a gente sabe que é o Percy fucking Jackson ali e a gente sabe que ele NÃO VAI MORRER, mas quando a gente vai se aproximando do final percebemos que já sabemos como uma cena vai acabar porque ela está desenhada na capa. Podiam ter mantido o suspense, né, pelo menos. Mas esse é só um detalhe. Dessa vez nós conhecemos outro cenário, o Acampamento Júpiter com os semideuses romanos e seu esquema de vida, o que foi bem legal de acompanhar. Conhecemos personagens que foram só citados no livro anterior, como Reyna e revimos alguns já conhecidos, como Nico Di Angelo. De uma forma geral, gostei mais desse volume do que do anterior e nem é por causa do Percy, mas pela história mesmo e o modo como foi conduzida por paisagens desconhecidas para os leitores, principalmente a parte do Alasca e do Canadá. O humor parece mais presente, embora esse volume seja um pouco mais sombrio do que o anterior, por tratar mais diretamente da morte, literalmente, inclusive. A profundidade da morte, o medo da morte e do futuro, a ideia de sacrifício, o abandono, uma maldição macabra, tudo isso passa pelas páginas, mas é dosado com algumas tiradas bem humoradas como:
Da próxima vez que Percy visse a Rainha do Olimpo, ele decididamente ia lhe dar um pescotapa divino.
Não vou me alongar mais falando da escrita de Riordan que vocês já estão cansados de saber como ela é e o que eu acho dela. Sigo na maratona dos Heróis do Olimpo pra poder ler logo o segundo volume das Provações de Apolo. No momento em que escrevo esta resenha, estou desesperada porque acabei de ler o livro e ainda não tenho o terceiro em mãos e talvez tenha que recorrer a medidas drásticas e desesperadas, também conhecidas como "baixar o e-book ilegalmente na internet e ler no celular" porque simplesmente ESTOU MUITO CURIOSA PRA SABER O QUE VAI ACONTECER AGORA E TOSSO FRENO AAAAAAAAA.
❤ Série Os Heróis do Olimpo ❤
O Filho de Netuno
A Marca de Atena
A Casa de Hades
O Sangue do Olimpo
Minha classificação para esse livro é de ❤ 5/6- "Excelente".
O Filho de Netuno - Os Heróis do Olimpo #2. Riordan, Rick. Editora Intrínseca, 2012, 432 p.