"Simplesmente Ana", de Marina Carvalho

O homem que se apresenta como o pai de Ana é nada mais, nada menos que o rei da Krósvia, um pequeno país do sudeste europeu. Pega de surpresa pela informação de que é uma princesa legítima, Ana precisa escolher entre viver no país de seu pai e arcar com todas as responsabilidades ou continuar em Minas Gerais vivendo sua vida de estudante de Direito perfeitamente normal.

Você já deve ter visto isso em algum lugar, não é? Dá mesmo uma sensação de dèja vu. Milhares de livros e filmes contaram a mesma história, até mesmo em novelas ela já apareceu (lembram-se de Cordel Encantado?). A mais famosa e expressiva ainda deve ser a série best-seller “O Diário da Princesa”, de Meg Cabot, com sua princesa Mia da Genovia. O conto de fadas da garota simples que de repente se vê em meio à realeza e ao glamour não é nenhuma novidade para nós. Mas então por que eu, que sou chata pra caramba, dei 5 estrelas pra esse livro no Skoob?

O livro de Marina Carvalhoé divertido. MUITO! De chorar de rir em algumas passagens. E quando eu digo rir, é rir ALTO, de gargalhar. A Ana é muito engraçada, com suas expressões mineirescas e tem uma característica que adoro em mocinhas: é humana. Ela é uma garota normal, com suas dúvidas, incertezas e desejos; é uma garota de personalidade. Ela é teimosa e ridícula em certos pontos, mas sem ser mimizenta demais, e, graças aos céus!, não tem aquele complexo de “ele é gato demais pra mim”. Podemos dizer que Ana é pé no chão, uma pessoa como eu e você. 

Gostei tanto do livro que os pontos negativos só foram aparecendo depois que terminei e analisei friamente a leitura (depois de sofrer uma pequena depressão pós-livro também...). Uma das coisas que mais me incomodou foi a pequena incoerência com a família real da Krósvia. Em determinado momento eles vão a um evento em um carro apertado (vide que Alex estava com o braço no encosto do banco de Ana) no qual o rei viaja no banco do carona! Eles são simples, bem simples, ok. Mas em outros momentos há uma histeria coletiva por causa de Ana, e uma preocupação exagerada com a segurança que não se encaixa muito bem em se tratando de um país minúsculo que quase ninguém sabe que existe. 

Outra característica que sempre me incomoda nos livros e que nesse passou quase batida foi a presença de um gato perfeito demais para existir na face da Terra. O nome dele é Alex e é o filho do primeiro casamento da falecida rainha, o responsável por cuidar de Ana e apresentar a cidade a ela. No início se estranham, quase rosnam um pro outro e então... Bem, nem é spoiler, né, considerando que em todos os livros essa situação acaba do mesmo jeito. Mas essa coisa do homem perfeito, quase uma estátua grega, nunca me desceu muito bem. Mas aí é um problema psicológico meu, não é, girls? Rsrs. 

Enfim, Simplesmente Ana foi uma enorme e grata surpresa! Vi o livro no Facebook da editora e gostei da capa linda e da sinopse (confesso, adoro esses contos de fadas modernos). Peguei para ler e não me arrependi. Pelo contrário! Virei fã e já estou EM CÓLICAS pra ler o segundo, De Repente, Ana. Parabéns, Marina Carvalho, por nos presentear com essa princesa mineirinha!