WHO WANTS TO BE KING?
Em fevereiro de 2016 a série Vikings voltou para a sua quarta temporada de 20 episódios dessa vez, consolidadíssima, sucesso de público e de crítica. Depois de uma terceira temporada avassaladora que acaba de coroar Ragnar Lothbrok como MITO SUPREMO E DONO DA PORRA TODA depois da épica e bem sucedida invasão a Paris (resenha das primeiras temporadas AQUI), vemos como o rei está reagindo aos sérios ferimentos que recebeu em batalha e à traição de Floki (ainda não superei). A temporada de 20 episódios foi dividida em duas partes de 10 episódios cada e um hiato gigantesco de quase um ano (quem aguenta isso, bicho?)
A primeira parte, ou 4A começa com todo mundo de volta a Kattegat e Ragnar muito doente, à beira da morte; seu filho Bjorn toma as rédeas do governo e já começa por prender Floki pela morte do monge. Rollo MAIS UMA VEZ volta a fazer rolices e se mete com os frâncicos, tecendo alianças contra seu irmão e os vikings, casando-se com a princesa Gisla, pessoa mais chata e nojenta da face da Terra então conhecida e sofrendo um bom bocado para conquistá-la. Enquanto isso, em Wessex, o rei Ecbert, maior fdp que você respeita, continua seus planos de dominar toda a Inglaterra, dessa vez se metendo com a rainha ninfomaníaca que ninguém consegue escrever o nome (chamo carinhosamente de Kwen) e tretando contra o rei Aelle da Nortúmbria. Bjorn segue sua vida tentando virar homem e luta com um urso no meio da neve antes de virar modinha e o DiCaprio imitar, depois que o Ragnar melhora e volta ao seu posto de rei, dando a seu ex amigo falsiane Floki um castigo digno dos deuses (literalmente). Lagertha, nossa maravilhosa diva suprema junta escudos com o traíra Kalf, engravida de um pequeno trairinha e segue sua vida de earl enquanto Ragnar descobre uma novidade com uma escrava chinesa que manja das ervas do capiroto. Adivinha quem volta nessa temporada? Harbard, o homem da harbarda violenta, que vem pra pegar e pegar geral sim porque ele não é obrigado a nada, se quer romance, vai ler um livro, aqui é só o lance. Outro safado do cão é o Conde Cinquenta Tons de Odo, o pançudo defensor de Paris que gosta de dar umas chicotadas nas novinhas. Os episódios finais são focados na volta de Ragnar a Paris, os preparativos e a invasão, que agora tem um agravante: Rollo, o traíra, que se ajustou à corte e agora ajuda a defender a cidade bem ao estilo viking, atrapalhando bem a vida do irmão que agora, a essa altura, só quer mais é vingança pela trairagem. A midseason finaleé marcada pela batalha final entre os dois exércitos e os dois irmãos, onde Rollo sai vitorioso e aclamado como o grande defensor de Paris, ganhando assim o prestígio do imperador e Ragnar sai magoado e emocionalmente ferido, saindo em exílio assim que retorna a Kattegat e voltando apenas anos depois.
Depois de quase uma gestação de espera, entre abril e novembro, a segunda parte da temporada estreia depois do final épico: WHO WANTS TO BE KING? Chega sobe um arrepio só de lembrar. É assim que Ragnar chega a Kattegat depois de anos no exílio, desafiando a quem quer tomar seu lugar como chefe supremo da porra toda. Ele encontra seus filhotes todos crescidos, sua rainha reinando e sua cidade prosperando, mas também encontra hostilidade, pois pouco antes de sua chegada, um mensageiro traz a notícia de que o assentamento viking em Wessex foi dizimado pelo príncipe Aethelwulf a mando do rei Ecbert (já fazia anos, mas sabe como é, naquele tempo não tinha WhatsApp, não dava simplesmente pra mandar uma mensagem pro grupo dos vikings dizendo "DEU RUIM, CAMBADA!") Ragnar, então, quer vingança, ÓBVIO, já que seu sonho de princeso era esse assentamento, terras onde os nórdicos pudessem plantar e ser felizes. Só que seus filhotinhos já tinham outros planos e estavam defecando pro pai que eles achavam que os tinha abandonado: Bjorn já tava de viagem marcada para as terras desconhecidas que viu num mapa que encontrou na Frankia, o famoso Mediterrâneo e seu irmão Hvitserk ia com ele. Ubbe, o mais velhos dos filhos de Aslaug ficaria junto com Sigurd Cobra Nos Zóio em Kattegat protegendo a mãe e a cidade. E Ivar, o Sem Ossos... Bem, ninguém realmente perguntou o que o Ivar queria fazer, né, já que ninguém liga pro aleijado. Só que, SURPRISE, BITCHES, ele é o único que se oferece para ir com o pai para a Inglaterra, e os dois partem com uma tripulação de mercenários velhos e caquéticos, sofrendo um naufrágio e acabando sozinhos na corte do rei Ecbert. Mas Ragnar tem um plano, um plano maléfico, um plano genial, porque Ragnar é Ragnar, pai! Enquanto isso, Rollo se junta a Bjorn e juntos invadem a Espanha moura pelo Mediterrâneo pra tirar as saudades de fazer o viking. Ragnar e Ecbert negociam num diálogo ÉPICO DEMAIS que dura todo um episódio e foi simplesmente a melhor conversa de dois velhos bêbados que já vi em toda a minha vida! Atuações incríveis de Travis Fimmel e Linus Roache e tudo termina de um modo triste porém genial, tudo para uma causa maior, muito maior. Alguém superou? Não. Depois disso Lagertha surta e faz a recalcada desesperada por poder e se torna rainha de Kattegat e os porquinhos juntam um grande exército pagão para invadir a Inglaterra em busca de vingança.
Hvitserk, Bjorn, Ivar, papai Ragnar, Ubbe e Sigurd |
Eu, particularmente, achei esse esquema de 20 episódios muita coisa. São muitos episódios de pura enrolação, muitos personagens desnecessários (tiraria metade do núcleo já chato de Paris, o casal de irmãos, por exemplo. Sério, o que a Yidu fez na série? Só representou um pouco mais a lenta decadência do Ragnar, mas foram longas cenas totalmente descartáveis do rei usando sua droguinha), plots que poderíamos passar sem eles, como Bjorn indo pras montanhas, por exemplo... Enfim, deu pra entender. Principalmente na primeira parte, que foi muito arrastada, deixando toda a ação para a segunda e mais para o final dela. Temos episódios memoráveis onde não foi preciso uma grande batalha pra ser épico? Sim, muitos! Mas a maioria deles está presente na segunda metade. É lá, inclusive, que começamos a conhecer os filhos de Ragnar, os novos protagonistas dessa história de vikings e a amá-los ou odiá-los. Destaque para Ivar, o demônio rastejante do inferno, e o trabalho brilhante de Alex Hogh que conseguiu dar carisma para um personagem mimado, arrogante e chato ao extremo, mas que não tem como odiar. Atenção também em Ubbe, que se mostra sábio como o pai e muito apaziguador, fazendo frente à implacabilidade de Ivar. Sigurd faz um antagonismo com Ivar, pois se ressente da atenção que a mãe dava apenas ao filho mais frágil e por ter sido abandonado quando Harbard visitou a vila e esse antagonismo causou tanta treta que culminou numa situação drástica na season finale que com certeza vai se desdobrar na quinta temporada.
Agora precisamos falar sobre a Lagertha. Na minha humilde opinião houve uma desconstrução na personagem. A mulher forte, bem resolvida, que seguiu sua vida depois que abandonou o marido se torna rancorosa e vingativa, focando seu ódio em Aslaug, com quem nunca tinha tido problemas (pelo contrário, ela tinha mais raiva da traição do Ragnar, nunca culpou a Aslaug, aliás, sempre a tratou muito bem). Ela começa a quarta temporada se firmando como earl, sendo forte, guerreira, fodona, e inicia a segunda parte ainda mais poderosa, namorando a guerreira Astrid, linda e maravilhosa, com filho criado indo fazer fama, tudo às mil maravilhas, e de repente se lembra de que levou chifre e resolve descontar na rainha de Kattegat. Sério, se o nome disso não for fan service não sei mais qual é. "Ah, precisamos dar um fim na Aslaug, o que fazemos? Ah, vamos botar a Lagertha pra matar ela, os fãs vão amar, ninguém gosta da Aslaug cara de cavalo mesmo, ela roubou o Ragnar da Lagartinha". Esquecem-se de que o Ragnar é que foi safado: ele é que era casado, ele é que pegou a princesa e ele teria até ficado com as duas se a Lagertha não tivesse ido embora elegantemente (eu teria feito o mesmo). Ela sempre se mostrou ressentida ao extremo com o ex marido mas nunca com a outra mulher. Aí, de repente, PÁ, dá um close errado desses. Foi desconstrução de personagem sim, tomei ódio da personagem sim e quero ela morta na minha mesa até as 18h.
Nosa bixpo |
Depois de um fim de temporada muito doloroso do qual ninguém se recuperou ainda (demorei umas duas horas pra conseguir dormir depois de um certo episódio, só conseguia chorar), da perda de alguns personagens preciosos e de mudanças drásticas, a quinta temporada promete uma divisão entre os vikings e o início de sua decadência. Um personagem aparece aos 45 minutos do segundo tempo da season finale pra mostrar que vai ter saxão fodão pra bater de frente com os nórdicos (EITA BISPÃO DA PORRA! SÓ VEM, CONSOLADOR DE VIÚVAS!) e nas fotos do elenco no Instagram já podemos ver os jovens Alfred (filhote do meu Athelstan) e Aethelred crescidos e eles representam o futuro do reino de Wessex. Alfred, o Grande, futuro grande monarca inglês, que aprendeu tudo com seu avô, o fdp mais inteligente e estrategista da cristandade (preciso dizer que o encontro dele com o Ragnar foi uma das cenas mais lindas de toda a série, OBRIGADA MICHAEL HIRST POR ESSA GRAÇA RECEBIDA), um grande guerreiro cristão e vikings divididos. Vai dar merda, né, dá pra perceber. Depois da tomada de Wessex no último episódio, Bjorn quer voltar ao Mediterrâneo, o rei Harald e seu irmão, dupla de fdp, vão com ele; Ivar, que gosta é de sangue, aquele the monio, quer continuar invadindo e guerreando, porque é isso que vikings fazem; Ubbe quer seguir o sonho de seu pai e se estabelecer na terra e cultivar. Depois da merda gigantesca que Ivar apronta, fica claro que os porquinhos de Ragnar só souberam grunhir juntos mesmo na hora da vingança (inclusive foi lindo, Ivar se mostrou um puta estrategista e Bjorn ouviu seus conselhos mesmo ele sendo inexperiente em batalhas), mas fora do campo de batalha são mesmo desunidos e isso vai gerar é treta. Há rumores de que a quinta temporada começa em março ou abril e já tô orando a todos os deuses pra que seja logo, porque já tô com saudades.
Minha classificação para essa série é de ❤ 6/6- "Obra prima".